Em entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que são necessárias duas legislasturas de forma a recuperar o desinvestimento que ocorreu durante vários anos neste setor.
“Desde 2010 que não tínhamos tantos recursos financeiros" atribuídos à saúde, "mas é verdade que o país precisa de muito mais", disse o ministro, sublinhando que "não se reconstroem serviços públicos em dois anos. É necessário prosseguir este esforço numa legislatura seguinte".
Adalberto Campos Fernandes indicou que “sem ter um Estado forte”, não é possível ter um bom SNS, e afirmou que os partidos terão de entender esta premissa de formar a que não “iludam os portugueses”.
Sobre a proposta do Bloco de Esquerda, de acabar com as taxas moderadoras, o ministro disse que as mesmas "nunca foram um mecanismo de financiamento, mas de indução de uma procura mais inteligente ou adequada".
"Podemos avançar, por exemplo, no sentido de abrandar ou reduzir mais as taxas nos cuidados de saúde primários, em detrimento dos cuidados hospitalares", declarou.
Durante a entrevista, o responsável revelou que é "desfavorável à legalização da eutanásia", apenas por questões de "consciência, pessoais e individuais", mas admitiu que vai respeitar a decisão dos deputados.
"Eu, em termos políticos, enquanto ministro da Saúde, agirei no Governo de acordo com o que for o resultado da votação parlamentar e da decisão maioritária dos representantes do povo", concluiu.