O novo presidente cubano, o primeiro cujo apelido não é Castro, foi ontem empossado e prometeu modernizar a economia sem, contudo, pôr em causa a revolução.
Miguel Díaz-Canel reconhece que Cuba precisa de reformas e que as medidas começadas por Raúl Castro devem ser prosseguidas, mas assegura também que o caráter socialista da ilha não está em causa e que o irmão do líder revolucionário continuará a governar a partir dos bastidores.
“Seremos fiéis a Fidel e Raúl”, disse o novo líder cubano, negando que Cuba entrará por uma via de “restauração capitalista” e prometendo, no fim do seu discurso inaugural de hora e meia, como é costume nos quadros do partido: “Socialismo ou morte!”
O pano de fundo da cerimónia de passagem de testemunho, o 57.o aniversário da derrota da invasão de exilados cubanos manobrada pelos Estados Unidos, na Baía dos Porcos, enquadra a mensagem de Díaz-Canel, eleito a dedo pela Assembleia Nacional. “O mandato do povo para esta legislatura obriga a dar continuidade à revolução cubana neste momento histórico crucial”, disse o presidente, ao lado do octogenário Raúl Castro.
O irmão de Fidel, que governou Cuba nos últimos dez anos de reabertura, prometeu participar na nova liderança, até porque os riscos colocados por Trump, afirmou, são muitos. “Desde que o atual presidente chegou que se tem dado uma reviravolta deliberada nas relações entre Cuba e os Estados Unidos e o tom agressivo e de ameaça permanece.”