Portugueses querem acesso a mais vacinas para crianças

Estudo foi apresentado na Semana Europeia da Vacinação

Um estudo revelou que 96,3% dos portugueses defende o alargamento do acesso de vacinas para administração em crianças ao Plano Nacional de Vacinação (PNV). A maior parte dos inquiridos sublinha que todas as vacinas indicada para crianças devem ser gratuitas e integrar o PNV.

 O estudo, designado “Perceção do Valor das Vacinas”, foi apresentado no âmbito da Semana Europeia da Vacinação, que se assinala de 23 a 29 de abril, pela Comissão Especializada de Vacinas da APIFARMA. O objetivo era “avaliar a percepção do valor das vacinas, a importância e satisfação com o PNV, bem como com as vacinas não incluídas no PNV”, explica o comunicado a que o i teve acesso.

Relativamente ao conhecimento dos portugueses sobre o PNV, apenas 59,2% dos inquiridos afirma conhecer o calendário do PNV, mas 88,4% diz saber “quais as próximas vacinas a serem administradas. Este indicador, de “cumprimento de calendário”, pode explicar os 84,7% dos inquiridos que afirmaram ter as vacinas em dia”.

Para o estudo foram também inquiridos profissionais de saúde, dos quais 41,6% dos médicos de clínica geral, 70,3% dos pediatras e 63,4% dos enfermeiros concordam com que as vacinas pediátricas sejam incluídas no PNV. 

O mesmo documento indica ainda que “o estudo evidencia que os portugueses têm um conhecimento sólido quanto aos benefícios e à importância da vacinação. A maioria dos inquiridos, quer a população em geral quer os profissionais de saúde, afirmam dar muita importância à vacinação e reconhecem que as vacinas têm contribuído para a erradicação de doenças a nível mundial”.

A maior parte dos inquiridos considera ainda que “quem está vacinado está mais protegido de doenças do que quem não se vacina” e, por isso, defendem que as vacinas devem ser de caráter gratuito para as crianças, idosos e portadores de doenças crónicas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “os benefícios das vacinas estão distribuídos de forma desigual na Europa e existem ainda muitas crianças desprotegidas”. 

“O custo de não vacinar é conhecido. Coberturas vacinais baixas são uma porta aberta para doenças infeciosas, permitindo que estas se propaguem entre a população não vacinada”, sublinha o documento.