O governo diz que enviou para o Ministério Público a auditoria interna da Autoridade Nacional da Proteção Civil que revela que houve documentos “apagados” ou “destruídos” sobre o incêndio de Pedrógão Grande.
O relatório interno da Proteção Civi – concluído a 19 de outubro de 2017 – aponta falhas na organização inicial do combate ao incêndio de Pedrógão e que os auditores foram confrontados com a “inexistência de provas documentais sobre o trabalho de combate ao fogo”, avança hoje o jornal Público. Documentos que, podem ser “vitais” para a avaliação da responsabilidade disciplinar e criminal.
Em causa estão, aponta ainda o Público, “todos os documentos que são produzidos no posto de comando de um incêndio, desde os planos de situação aos planos estratégicos de ataque, e todas as informações de qualquer posto de comando”.
A auditoria da Proteção Civil foi entregue ao governo que não a revelou.
Em reação à notícia do Público, o Ministério da Administração Interna diz ser “falsa a informação que o governo tenha escondido o relatório desde novembro” e que a auditoria foi “remetida ao Ministério Público para efeitos de investigação, estando abrangida pelo segredo de justiça”.
Esta não é a primeira vez que a Proteção Civil aponta “erros”, “omissões” e “contradições” à informação divulgada sobre o combate ao incêndio de Pedrógão. Em outubro, o i revelou outro relatório interno da Proteção Civil que arrasava com as conclusões da análise dos peritos da comissão independente.
Ao contrário do que diz o documento dos peritos convidados pelo parlamento, a ANPC assegura que ninguém do topo do comando nacional foi ouvido ou contactado pelos peritos, garante que a fita de tempo não foi parada, que não faltou à verdade quanto aos meios que tinha no terreno e que foram comunicados à tutela e que, meses antes, foram pedidos reforços de meios ao MAI.