"O CDS já tem uma proposta feita no parlamento nessa matéria. Creio até que já está agendada, portanto, é naturalmente bem-vinda", disse Assunção Cristas esta quinta-feira referindo-se à proposta do PSD de conhecer os 50 maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
"Nós temos o direito de saber, quando entramos com o nosso dinheiro, porquê, quais são as circunstâncias, quais são as causas e quem são esses grandes devedores", defendeu a líder centrista. "Eu acho que isto é de elementar justiça", acrescentou.
O documento do CDS sublinha que "quando há envolvimento de dinheiro público" o interesse em "conhecer os factos tem de prevalecer sobre outros interesses comerciais", explicou Cristas. "Quando está em causa o envolvimento de verbas políticas têm de poder ser, no fundo, remetidos para um segundo plano em benefício desta transferência", acrescentou.
A líder centrista recorda que durante a comissão parlamentar de inquérito à CGD já houve uma tentativa por parte do CDS, e também do PSD, para que houvesse "acesso à lista de devedores da CGD.
"Na altura a Caixa recusou, o Banco de Portugal deu razão à Caixa e recusou, fomos para tribunal e, infelizmente, a maioria parlamentar das esquerdas encostadas precipitou o fim da comissão parlamentar de inquérito, quando o Tribunal da Relação tinha dado razão aos deputados e tinha de facto dito que os deputados tinham direito a conhecer, à porta fechada, esses elementos", refere. "Por isso é que nós fomos por via legislativa", reforça acrescentando que "haverá uma lei" que terá como objetivo que "esses elementos sejam remetidos ao parlamento quando estiver em causa de facto o envolvimento de dinheiro dos contribuintes"
Também o PCP defendeu a identificação dos devedores mas não apenas da CGD. Para os comunistas, dever-se-ia conhecer todos os grandes empréstimos feitos aos bancos onde o governo injetou capital.