O aumento da tensão comercial poderá abrandar o crescimento económico global ao afetar o investimento e o consumo a nível mundial. O alerta é feito no último boletim económico do Banco Central Europeu (BCE) e lembra que, se os Estados Unidos aumentarem as tarifas às importações de forma significativa, isso terá um efeito negativo para a economia mundial, mas sobretudo para a economia norte-americana.
Mas os riscos não ficam por aqui. Já os países com relações comerciais mais estreitas com os Estados Unidos seriam os mais afetados. Segundo o BCE, no caso de um aumento generalizado das tarifas, os preços de importação mais elevados podem aumentar os custos de produção das empresas e reduzir o poder de compra das famílias.
Ao mesmo tempo, segundo o organismo, a tensão comercial pode ainda aumentar a incerteza económica e levar as empresas a adiarem investimentos e os particulares a evitarem despesas.
Isenção provisória
No início deste mês, a admnistração norte-americana liderada por Donald Trump anunciou que ia adiar por 30 dias a imposição das novas tarifas sobre as importações de aço e alumínio para os países da União Europeia (UE), México e Canadá.
Mas ainda na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron deslocaram-se a Washington com o objetivo de tentar convencer Trump a tornar permanente a exceção da UE na aplicação das tarifas alfandegárias, de 25% para as importações de aço e de 10% para as de alumínio.
A China, visada pelos Estados Unidos, respondeu que tem a intenção de impor as mesmas medidas às importações norte-americanas.
Entre 2012 e 2016 as importações mundiais aumentaram em média 3% por ano, menos de metade do que nas duas décadas anteriores. Já as importações globais aumentaram mais de 5% em 2017, 1,5 pontos percentuais mais do que entre 2011 e 2016.
Só no ano passado, as importações superaram a atividade económica pela primeira vez em três anos.