António Mexia deverá deixar de integrar a administração do Banco Comercial Português (BCP). O nome do presidente executivo da EDP não consta da lista de 17 administradores que é proposta à assembleia-geral de accionistas de 30 de Maio.
O BCP divulgou, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as propostas relativas aos pontos da ordem de trabalhos da assembleia-geral, entre os quais os novos membros do Conselho de Administração, uma vez que o mandato do atual órgão social terminou no final de 2017.
Os acionistas Fosun (grupo chinês), Sonangol (petrolífera angolana) e Fundo de Pensões da EDP – que juntos detêm 48,66% dos direitos de voto do banco – propõem que Miguel Maya seja o novo presidente executivo do BCP.
Sugerem ainda a passagem de Nuno Amado (presidente executivo desde 2012) para presidente do Conselho de Administração ('chairman', não executivo), em substituição do embaixador António Monteiro.
No total, a proposta é que o Conselho de Administração do BCP fique com 17 membros, uma redução face aos atuais 19.
A comissão executiva será composta por seis pessoas (até agora são oito). Além de Miguel Maya como presidente, continuam a fazer parte Miguel Bragança, João Nuno Palma, José Miguel Pessanha e Rui Teixeira e ainda Maria José Campos.
Quanto às pessoas que até agora fazem parte da comissão executiva do BCP e que não constam desta proposta estão José Jacinto Iglésias Soares e Maria da Conceição Callé Lucas.
Já os administradores não executivos serão onze. Além de Nuno Amado como presidente, o destaque é a entrada do presidente da Fidelidade, Jorge Magalhães Correia, em representação da Fosun.
São ainda administradores não executivos Ana Paula Gray, Lingjiang Xu, Xiao Xu Gu, Téofilo Ferreira da Costa e José Manuel Elias da Costa.
Dos onze administradores não executivos há ainda quatro que são também membros do Conselho de Auditoria: Norberto Rosa, proposto como presidente da Comissão de Auditoria, Cidália Lopes, Valter Barros e Wan Sin Long.
Dos administradores que até agora fazem parte do Conselho de Administração do BCP mas que não constam desta proposta destaca-se António Mexia, presidente da elétrica EDP.
Também Carlos Silva deverá deixar de integrar o Conselho de Administração. O presidente do Banco Atlântico e até agora vice-presidente do BCP, que foi chamado como testemunha no âmbito da Operação Fizz, já tinha anunciado que não iria continuar em funções, o que se confirma nas listas propostas.
Também de saída da administração do BCP estão o embaixador António Monteiro e ainda André Luís Gomes, Álvaro Barreto, António Cardão, Jaime Bastos, João Loureiro e Rute Vunge.
As propostas à assembleia-geral incluem ainda uma proposta para que o mandato do Conselho de Administração do BCP passe dos atuais três para quatro anos, justificando com a necessidade de dar "maior estabilidade ao desempenho de funções dos membros dos órgãos sociais".