A procura dos investidores na emissão a 10 anos foi 2,28 vezes superior à oferta e na emissão a cinco anos de 2,79 vezes. O total emitido ficou dentro do limite (1000 a 1250 milhões de euros) definido pelo Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) – entidade que gere a dívida pública portuguesa.
A anterior emissão de dívida pública de Portugal a dez anos tinha sido em março. Na altura a taxa de juro foi de 1,778%, um anterior mínimo histórico. O leilão anterior a cinco anos havia sido em fevereiro, com um juro de 0,577%.
"As duas emissões correram melhor do que o esperado, quer em termos de taxa, quer quanto à procura. As taxas foram mais baixas do que estávamos à espera: não só foram mais baixas do que as dos últimos leilões comparáveis como foram até inferiores àquilo que o mercado secundário está a fazer", afirmou um especialista em nota envida à imprensa.
Portugal consegue assim reduzir o custo em novos financiamentos e continua a conseguir colocar dívida de longo prazo com taxas atrativas, aproveitando os juros baixos proporcionados pelo programa de BCE e pelas revisões em alta do rating.
O contexto leva a uma aceleração do programa de financiamento para 2018 e no final do primeiro quadrimestre o IGCP já tinha assegurado mais de 60% das necessidades de financiamento para 2018.
“A regra do financiamento dos soberanos aponta para o financiamento no primeiro semestre corresponder a, no mínimo, 65% das necessidades do ano. A justificação desta regra assenta no próprio calendário, ou seja, no segundo semestre temos menos dois meses para emitir: agosto e dezembro”, tinha dito Cristina Casalinho, que lidera o IGCP em entrevista recente.