O independentista catalão no exílio, Carles Puigdemont, apontou esta quinta-feira um novo candidato para guiar o novo governo da quebra com Madrid, o quarto desde que as últimas eleições deram em nova maioria independentista e desacordo sobre quem o deve liderar.
A proposta, uma espécie de plano D, elege enfim um deputado que não está no exílio ou detido, o que quase garante que Torra será empossado nos próximos dias e evitará o cenário de novas eleições regionais. Os três últimos candidatos – Puigdemont, Jordi Sànchez e Jordi Turull – encontram-se ou no exílio ou presos pelo envolvimento nas operações independentistas do ano passado e não receberam autorização para se deslocarem a Barcelona.
Torra, pelo contrário, está em liberdade e em condições de ser investido, contando que alguns deputados possam votar à distância. O deputado tem o apoio do Junts per Catalunya, o seu partido e o de Puigdemont, e também da ERC. Os anticapitalistas da CUP, que formam a aliança informal de independentistas, já anunciaram que se vão abster e permitir que Torra seja eleito por maioria simples à segunda volta. Cento e dez dias passados das eleições de dezembro, há enfim um nome para conduzir os assuntos catalães, terminar com o artigo 155 e o controlo de Madrid à distância.
A sessão de investidura de Torra deve ter lugar para semana, possivelmente já na segunda-feira. Quim Torra Pla é ex-presidente da associação Òmnium Cultural, advogado, escritor e também autor. O provável futuro president catalão nasceu em 1962, em Girona, e ao longo da sua carreira, segundo escreve o “La Vanguardia”, envolveu-se na reabilitação e recuperação da tradição literária e jornalística de tradição catalã.
O PSOE lamentou esta quinta-feira a escolha de uma das vozes “mais sectárias”.