Graça Freitas garantiu esta quinta-feira em conferência de imprensa que o surto de sarampo que se registou em Portugal está controlado.
O controlo foi possível devido ao “alinhamento de esforços entre os clínicos, as autoridades de saúde locais e regionais que desenvolveram exaustiva investigação epidemiológica e a Direção Geral da Daúde e o Instituto Ricardo Jorge. Juntos fizemos a coordenação nacional do surto. E é assim que um surto deve ser abordado, com todos”, referiu.
A diretora relembrou ainda que é muito importante as pessoas se vacinarem para controlar a doença e que foi com base nessa medida que foi possível controlar os “111 casos confirmados até à data, embora estes ainda sejam número provisórios porque o Instituto Ricardo Jorge ainda está a analisar”.
Graça Freitas disse ainda que o surto, com epicentro no Hospital de Santo António no Porto, ocorreu em “80% das pessoas infetadas neste surto estavam vacinadas”. No entanto, esta situação verifica-se “em países com alta taxa de sucesso de vacinação. Temos imunidade de grupo mas não temos risco zero. Vivemos num mundo global e podemos importar casos e foi o que se verificou”.
“Podemos afirmar que provavelmente estivemos perante três cadeias de transmissão diferentes que coincidiram na região Norte do país, sobretudo. Não tivemos um surto de Sarampo. Tivemos três que coincidiram no tempo”, sublinhou a responsável.
Quanto ao futuro, a diretora referiu que “há uma mudança de paradigma epidemiológica e clínica da doença, ou seja muitos casos tiveram uma sintomatologia muito ligeira e uma baixa capacidade de transmitir. Apenas os que não estavam vacinados tiveram sintomatologia mais exuberante. Este será provavelmente o padrão do futuro e temos de criar mecanismos para estarmos preparados para esta realidade”.