Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos portugueses “pensamento positivo” quanto ao aumento das temperaturas e à possibilidade de incêndios. “O que nós esperamos todos – e é isso que desejamos – é que haja uma conjugação de esforços”, disse o Presidente da República, questionado pelos jornalistas sobre se está tranquilo com a próxima época de incêndios.
A pergunta – feita à margem da visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Fátima, a propósito do aniversário das aparições comemorado ontem – surge quando a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) vive tempos particularmente agitados. Recorde-se que o coronel António Paixão pediu a exoneração do cargo de Comandante Operacional Nacional do Comando Nacional de Operações e Socorros da ANPC – cinco meses depois de ter iniciado funções – por “motivos pessoais”, depois de o anterior dirigente, Rui Esteves, ter também pedido a demissão, em setembro de 2017.
Entretanto, na segunda-feira, o coronel José Manuel Duarte da Costa foi designado pelo secretário de Estado da Proteção Civil para ocupar o cargo de António Paixão.
“Os portugueses têm feito a sua parte, a Administração Central tem feito a sua parte, o poder local tem feito a sua parte e todos esperamos que seja um ano muito diferente do ano anterior”, continuou Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro aniversário dos incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande (distrito de Leiria) – e que vitimaram 66 pessoas e feriram mais de 250 – assinala-se já no próximo mês, em 17 de junho. Mas a tragédia que marcou o país nesse mês voltou a repetir-se cinco meses depois, em outubro, com incêndios a deflagrarem no centro e no norte do país, e cujo conjunto foi considerado o maior fenómeno piro-convectivo registado na Europa e o maior do mundo em 2017.
A catástrofe, ainda assim, vitimou menos pessoas: 49 morreram e 71 ficaram feridas.