Crédito ao consumo. Março regista 2º valor mais elevado de sempre

No primeiro trimestre, foram concedidos 1,8 mil milhões de euros em crédito ao consumo. É o valor mais elevado desde pelo menos 2012

O crédito ao consumo não pára de crescer. No mês de março, os portugueses contraíram 659,3 milhões de euros, o segundo valor mensal mais elevado desde 2012, quando começaram os registos.

Segundo os dados do Banco de Portugal, o anterior máximo tinha sido fixado em novembro, atingindo os 660,2 milhões de euros, sendo este mês geralmente forte devido às compras de Natal.

O montante de novos créditos aos consumidores aumentou 10,5% em março em termos homólogos e 14,7% face ao mês anterior. 

Do total do crédito ao consumo concedido pelas financeiras em março, o crédito pessoal foi o que mais subiu, atingindo o total de 299 milhões, o valor mais elevado desde 2012. Em termos homólogos, subiu 14,5%. 

No tipo de crédito “finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira” houve um aumento de 26% em termos homólogos para os 5,666 milhões de euros.

Nos créditos “sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades” foi registada uma subida de 14,3% face ao mesmo período do ano passado, fixando-se nos 293,591 milhões de euros.

Já o crédito automóvel aumentou 9,6% para os 264 milhões, valor também só é superado pelo de novembro do ano passado. O número de novos contratos para aquisição de automóveis subiu 6,7% para os 18.324.

Em cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto, o crédito concedido em março totalizou 96,5 milhões de euros, mais 1,9% do que no mesmo mês do ano passado.

Segundo o Banco de Portugal, os valores são ainda provisórios e sujeitos a revisões. A informação é fornecida pelas instituições de crédito, que reportam mensalmente ao Banco de Portugal informação sobre os contratos de crédito celebrados no mês anterior. 

No primeiro trimestre deste ano, foi concedido um total 1,8 mil milhões de euros em crédito ao consumo, o que se traduz num crescimento de 15,5% face ao mesmo período de 2017. É o valor mais elevado desde pelo menos 2012.
 Neste período, o ritmo de crescimento foi também mais acelerado face aos 12,37% que se tinha verificado nos três primeiros meses de 2017. A manter-se esta evolução, 2018 pode atingir um valor recorde na concessão de crédito ao consumo.

Recomendações

Na semana passada, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou que se os bancos não respeitarem a recomendação para que a concessão de novos créditos tenha em atenção o endividamento das famílias poderão ser obrigados a fazê-lo.

Recorde-se que, em fevereiro, a instituição fez recomendações aos bancos sobre os limites máximos de endividamento das famílias quando lhes são atribuídos novos créditos ao consumo e à habitação. Ao emprestarem dinheiro, os bancos devem ter em atenção os rácios entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel dado em garantia, entre o montante da prestação mensal e o rendimento e ainda o prazo do empréstimo. A medida aplica-se a partir de 1 de julho.