Giuseppe Conte rompeu só esta semana a bolha do anonimato internacional e encontra-se já sob fogo.
O homem que a aliança eurocética italiana propõe para o cargo de primeiro-ministro parece ter forjado parte do seu currículo académico, designadamente a sua passagem pela Universidade de Nova Iorque, e, possivelmente, também pela Universidade de Cambridge e pelo Internationales Kul-turinstitut de Viena.
Conte, que é o advogado pessoal do líder do Movimento 5 Estrelas e professor, afirma igualmente que passou por Yale, em New Haven, nos Estados Unidos, Duquesne, em Pittsburgh, e na Sorbonne, de Paris, segundo diz “aperfeiçoando” e “atualizando” a sua formação académica.
A recém-estreada carreira política de Conte pode terminar na sua fase embrionária. O presidente italiano pediu esta terça-feira mais tempo para avaliar o nome de Conte e também o do homem proposto para ministro das Finanças, Paolo Savona. Sergio Mattarella tem de dar a luz verde ao governo apresentado na segunda-feira para que ele possa depois ser votado no parlamento.
O “New York Times” avançou na noite de segunda-feira que não existem registos da passagem de Conte pela universidade da cidade e que, segundo o gabinete de relações públicas da instituição, só é possível que Conte tenha participado em cursos de muito curta duração – no máximo, de dois dias –, uma vez que são os únicos que não guardam registos.
Já a Universidade de Yale não contesta oficialmente o currículo de Conte, mas apenas porque as suas leis de privacidade não o permitem. Uma fonte da instituição, no entanto, afirmou sob anonimato à Reuters que o possível futuro primeiro-ministro italiano também não tem lá registo – é possível que tenha participado, contudo, num curso externo. O Kulturinstitut de Viena, por sua vez, dá apenas aulas de línguas.