Maria do Céu Guerra, a atriz e encenadora que fundou A Barraca, deixou clara hoje a sua posição em relação ao debate que está a marcar a agenda social e política. Próxima das convicções e ideário do PCP, não se limitou a cortar com o conservadorismo, mas teceu duras críticas à forma como a direita tem discutido a questão: "A direita tenta resgatar o peso da sua desumanidade histórica para com os pobres, os doentes, os escravos, e os abandonados com uma boa consciência falsa relativamente ao direito das pessoas a uma morte digna e sem sofrimento."
Para a atriz com 56 anos de carreira, apesar do tema ser complexo, é preciso tirar as palas, e encarar o lado grotesco da vida para se fazer uma opção responsável e conscienciosa a respeito da eutanásia: "Caros amigos só quem não assistiu a uma agonia sem regresso pode arrogar-se a exigência de comprar a sua boa consciência com o sacrificio dos que legitimamente querem ter o direito a uma morte tranquila e digna. Por favor não encharquem mais a história com uma falsa moral e um falso respeito pela vida que nunca quiseram ter."