Setente e três marcas nacionais e 53 logotipos pertencentes à ST&SF, Sociedade de Publicações Lda. – que entrou em insolvência em julho de 2016 – vão ser leiloadas num leilão eletrónico, promovido pela Agência de Leilões Paraíso, que termina a 22 de junho.
Da lista de marcas faz parte o jornal “Diário Económico”, cuja última edição em papel saiu a 18 de março de 2016, e alguns dos seus suplementos, como o “Quem é quem”. O antigo canal de televisão “Diário Económico TV”, declarado insolvente a 17 de novembro de 2016, também está incluído nas marcas que vão a leilão, bem como jornais que operavam no Brasil, como “O Dia”, “O Campeão” ou o “Meia Hora”. Estão ainda disponíveis uma série de conferências, fóruns e prémios promovidos pelo antigo “Diário Económico”. Cada uma das marcas e logotipos têm um valor unitário de 750 euros.
Processo de insolvência No dia em que o “Económico” publicou a sua última edição em papel – e passou a ter a sua marca apenas na edição online e no canal ETV -, a administração informou os trabalhadores do jornal, num nota interna, que “decidiu avançar para um pedido de insolvência da sociedade ST&SF, proprietária e editora do Diário Económico”. Na nota, a administração justificou a medida com o “entendimento de que este é o quadro legal que melhor protege os interesses dos trabalhadores”.
Na altura, um credor da ST&SF tinha feito um Pedido Especial de Revitalização (PER) para tentar recuperar a empresa e pagar parte das dívidas. No entanto, a administração da editora do “Económico” pediu a conversão do PER numa insolvência.
Na origem do processo estiveram graves problemas financeiros, causados pela ‘implosão’ da casa mãe do grupo, a Ongoing Strategy Investments, de Nuno Vasconcellos. No caso da ST&SF, a empresa acumulou nos últimos anos de funcionamento um passivo de mais de 30 milhões de euros, com um desequilíbrio de tesouraria na ordem dos 200 mil euros por mês. E, embora tenha tentado encontrar um comprador para viabilizar o “Económico” e a ETV, todas as negociações acabaram por revelar-se infrutíferas.
A editora do jornal “Diário Económico” tinha cerca de 8,3 milhões de euros em dívidas a trabalhadores, fornecedores, bancos e segurança social. A lista de credores compilada pela administradora do processo especial de revitalização (PER) da empresa identificou 192 credores, pertencendo ao Instituto de Segurança Social e ao Novo Banco os maiores montantes reclamados: 3,2 milhões de euros no caso da Segurança Social e 1,2 milhões de euros por parte do banco. Entre os principais credores da empresa, encontravam-se ainda fornecedores e prestadores de serviços como a EDP, com créditos na ordem dos 300 mil euros, a Esegur (103 mil euros), a Companhia Portuguesa de Informática Finanças e Organização (382 mil euros) ou a Agência Lusa (52 mil euros). No entanto, a maioria dos créditos pertenciam a mais de uma centena de funcionários e antigos funcionários do “Diário Económico”, que tinham pagamento de vários meses de remunerações e subsídios em atraso.
A 13 de julho de 2016, a assembleia de credores da ST&SF acabou por aprovar o encerramento da empresa, invocando a “crise económica e financeira que se abateu sobre Portugal A 13 de julho de 2016, a assembleia de credores da ST&SF acabou por aprovar o encerramento da empresa, invocando a “crise económica e financeira que se abateu sobre Portugal nos últimos anos” e que afectou os media como a principal razão. Desta maneira, foi validada a liquidação do jornal em papel “Diário Económico”. A edição online e o canal Económico TV não foram logo abrangidos, porque eram detidos por outras entidades. Contudo, o site deixou de atualizar as notícias desde o início de outubro do mesmo ano e, em novembro, o canal de televisão Económico TV, pertencente à Ongoing, foi declarado insolvente.