Nasrin Sotoudeh, conhecida advogada de defesa das mulheres iranianas que protestam contra o uso obrigatório do hijab em espaços públicos, foi detida em sua casa, em Teerão, pelas autoridades iranianas e condenada a uma pena de cinco anos de prisão, segundo informações pelo marido, Reza Khandan. "Não tenho qualquer ideia com o que a sentença possa estar relacionada", explicou em declarações à AP.
As autoridades iranianas não se pronunciaram sobre a detenção até ao momento.
Sotoudeh ficou conhecida por se opor ferozmente ao sistema judicial iraniano, controlado por elementos de linha dura do regime iraniano. Uma das suas mais recentes batalhas contra o sistema foi precisamente contra a imposição da limitação do número de advogados autorizados a defenderem as mulheres que protestam contra o uso obrigatório o hijab, encarado como uma forma de limitar o direito à defesa das acusadas.
Inicialmente, a lista anunciada pelo regime iraniano era composta apenas por 20 advogados por alegadas razões de segurança, mas as autoridades decidiram alargar a lista para os 60 nomes depois de uma onda de críticas.
Não é a primeira vez que Sotoudeh é detida. Entre 2010 e 2013 cumpriu uma pena de três anos por acusações relacionadas com a segurança nacional iraniana. As suas ações em prol da defesa dos direitos humanos e, mais especificamente, das mulheres iranianas fizeram com que o Parlamento Europeu lhe atribuísse o Prémio Sakharoz de Liberdade de Pensamento em 2012.