O julgamento do homem que atropelou o adepto italiano, Marco Ficini, foi adiado para 11 de setembro de 2019, cerca de um ano depois da data inicial do julgamento, a 21 de novembro deste ano.
A justificação dada pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa foi a de que atualmente estão a decorrer um elevado número de processos naquele juiz. "Tendo em consideração o número de processos entrados com arguidos presos, impondo-se observar os prazos de prisão preventiva, e os quais têm prevalência sobre os demais julgamentos; assim como os processos militares (entre os quais o denominado processo 'Os Comandos'), verifica-se a necessidade imperiosa de serem efetuados reagendamentos", pode ler-se no despacho judicial do coletivo de juizes, assinado pela presidente Helena Pinto.
No dia 11 de setembro, com continuação a 18, está prevista a "identificação dos arguidos e eventuais declarações". O tribunal agendou também sessões para os dias 25 de setembro e 2, 9,16, 23 e 30 de outubro e ainda 4, 11 e 28 de dezembro.
Com a presidência da juíza Helena Pinto, o coletivo de juízes será o mesmo que está atualmente responsável pelo julgamento do ex-procurador Orlando Figueira no processo Operação Fizz, ou seja com os juízes Alfredo Costa e Ana Guerreiro da Silva como juízes adjuntos.
Em julgamento, segundo a acusação do Ministério Público, estará Luís Pina, o principal arguido do homicídio a Marco Ficini, e mais 21 arguidos, nove adeptos do Benfica com ligações à claque 'No Name Boys' e 12 membros da claque sportinguista Juventude Leonina. Todos os arguidos estão em liberdade, incluindo Luís Pina que esteve em prisão preventiva entre 29 de abril do ano passado e o dia 2 de março deste ano mas acabou por ser libertado por não ter sido proferida decisão instrutória no prazo máximo de dez meses.
Marco Ficini era adepto do Sporting e pertencia à claque do Fiorentina, O Club Settebello, e morreu na madrugada de 22 de abril de 2017, dia em que o Sporting e o Benfica iriam jogar para a 30.ª jogada da I Liga. O atropelamento aconteceu perto do Estádio da Luz depois de terem ocorrido confrontos entre adeptos dos dois clubes. Segundo a acusação, Luís Pina terá arrastado "o corpo por 15 metros", imobilizando o carro só "depois de ter passado completamente por cima do corpo da vítima", fugindo do lugar "sem prestar qualquer auxílio".
A mãe de Marco Ficini quer que "sejam condenados, isolada ou solidariamente ao pagamento" de 394.927 euros, a título de danos patrimoniais e 200 mil euros por danos não patrimoniais. No total são quase 600 mil euros que a família de Ficini pede a 11 dos 22 arguidos (Luís Pina, seis adeptos do Benfica e quatro do Sporting) precisamente por omissão de auxílio à vítima, pode ler-se no Pedido de Indemnização Civil (PIC), incluído no processo.