Em Espanha pedem ajuda para Maradona

Num artigo de opinião, o jornal “Marca” refere que El Pibe “está doente” e diz que as suas ações não podem causar vontade de rir

Diego Maradona está a ser um espetáculo à parte neste Mundial. O homem que, enquanto jogador, apareceu em 1982, abraçou o mundo e a glória em 1986, ficou lá muito perto em 1990 e desceu ao inferno em 1994, tendo ainda guiado a Argentina aos quartos-de-final como selecionador em 2010, tem dado nas vistas pela forma efusiva e acirrada como vibra com a equipa agora liderada por Messi.

Esta terça-feira, correram mundo as imagens daquele que é por muitos considerado o melhor futebolista de sempre a agradecer aos céus o golo de Messi que colocava a Argentina em vantagem pela primeira vez frente à Nigéria. Depois, no tento decisivo de Rojo a três minutos do fim, Maradona perdeu toda e qualquer compostura, mostrando o dedo da meio (com as duas mãos) ao público que se encontrava abaixo da sua tribuna. Isto, para no fim sair amparado por profissionais de saúde, acabando por ser assistido por médicos ainda no Zenit Arena.

Hoje, El Pibe já recorreu às redes sociais para garantir aos seguidores que tudo está bem… mas não convenceu toda a gente. Num artigo de opinião assinado por Rúben Jiménez, o jornal espanhol "Marca" critica quem se vai rindo com as atitudes de Maradona e pede ajuda para o antigo astro do futebol. "Não tem graça nem há nada para rir. Maradona está a dar um espetáculo lamentável no Mundial, de má educação e de absoluto desprezo para com a sua muito delicada saúde. As imagens que correm e ardem pelas redes sociais não são para ser levadas com humor e sim com preocupação. Diego está doente e o que é preciso é ajudá-lo, não empurrá-lo para uma espiral definitiva rumo à miséria", pode ler-se no artigo.

E continua: "Os seus vídeos no estádio, passando da euforia à depressão, tendo de ser ajudado para não cair na sua ânsia de ser apanhado pelas câmaras a todo o custo, são um exemplo lamentável para as muitas crianças que acompanham um Mundial. O que os pais têm de dizer a esses pequenos é que Maradona foi muito grande com a bola nos pés, mas fora do campo é o contrário total de um exemplo a seguir. A ânsia de tentar roubar o foco aos verdadeiros da Argentina, que são os que estão no relvado, as suas caras desfiguradas e a sensação generalizada de que pelo corpo de Diego corre algo mais do que uma sã alegría pela vitória da sua equipa formam un cocktail que só mostra uma personagem tóxica a evitar como referência, muito longe da impressão que tiveram os seus pais, que o viram bailar com o esférico, deixar pelo caminho tantos ingleses e fazer um dos golos mais preciosos das suas recordações futebolísticas", refere ainda o jornalista espanhol.