O Brasil-México (2-0) foi só um aperitivo: o grande jogo do dia, afinal, estava guardado para a noite. Mais precisamente para os segundos 45 minutos, que reservaram cinco golos e um espetáculo como poucos neste Mundial. No fim, a Bélgica foi quem sorriu (3-2 ao Japão), assegurando a presença nos quartos-de-final, onde terá pela frente os canarinhos.
A primeira parte foi boa, equilibrada, com ascendente belga, como se esperava, mas com um Japão surpreendentemente afoito, a tentar jogar e com qualidade, nomeadamente através de Inui. O verdadeiro show, todavia, estava reservado para o segundo tempo. E começou a ser dado logo aos três minutos, quando Haraguchi fugiu a Vertonghen e, sem qualquer receio do gigante Courtois, atirou direitinho para o poste mais distante. Um belo golo, que deixava os nipónicos na frente.
Imediatamente a seguir, Hazard atirou ao poste da baliza à guarda de Kawashima, mas seria mesmo o Japão a voltar a marcar aos 52', num remate indefensável de Inui – Courtois bem se esticou, mas voltava a ver a bola beijar as redes. O mundo do futebol estava em choque: afinal de contas, a Bélgica era ultra-favorita – é, aliás, apontada como um dos fortes candidatos à vitória final.
E começou a mostrar o porquê de ter esse estatuto aos 69', quando Vertonghen se redimiu do erro no primeiro golo japonês e reduziu o marcador. O guarda-redes do Japão, porém, podia ter feito melhor para deter o cabeceamento do defesa belga. Pelo contrário, aos 74' não havia muito que pudesse fazer para evitar novo cabeceamento, este muito mais assertivo e fulgurante, por parte de Fellaini, que tinha sido lançado poucos minutos antes.
Nos últimos minutos, festival ofensivo por parte das duas equipas. Honda atirou ao lado e Lukaku e Vertonghen viram o guardião contrário negar-lhes o golo da vitória com duas enormes intervenções. Já nos instantes finais, Courtois defendeu com dificuldade um remate fortíssimo de Honda, na marcação de um livre… e viria a nascer aí o golo do triunfo belga: na sequência do canto japonês, o guarda-redes da Bélgica agarrou a bola e lançou rapidamente o contra-ataque conduzido por Meunier. O defesa belga entrou na área contrária e assistiu Lukaku, que arrastou consigo o último defesa do Japão e, com uma simulação perfeita, deixou a bola à mercê do remate vitorioso de Chadli – tal como Fellaini, também um homem que saiu do banco para faturar. O apito final soou logo a seguir, e com ele irromperam as celebrações belgas e as lágrimas dos japoneses, vergados a uma derrota no mínimo inglória.