“Ovário artificial” pode ser a resposta para a infertilidade pós-quimioterapia

Estudo pode dar uma nova esperança às mulheres que queiram engravidar, depois de terem feito tratamentos à base de quimioterapia  

No Rigshospitalet, em Copenhaga, uma equipa de cientistas coordenada por Susanne Pors conseguiu desenvolver um “ovário artificial” através de tecido humano recolhido antes de a mulher ter sido submetida a tratamentos com impacto negativo na fertilidade feminina, como por exemplo a quimioterapia e a radioterapia.

Com esta descoberta a equipa conseguiu provar que um ovário produzido em laboratório consegue preservar os óvulos durante várias semanas e, quando congelados, há a hipótese de serem cirurgicamente implementados para que a mulher possa engravidar. Ou seja, antes de iniciarem algum tipo de tratamento as mulheres podem congelar tecido do ovário para que seja posteriormente criado o “ovário artificial”.

A equipa de investigadores avisa que mulheres que sofram de cancro do ovário ou leucemia podem não conseguir congelar o tecido do órgão, visto que este pode já estar danificado, segundo declarações dadas ao The Guardian. Este processo é de evitar nestes casos uma vez que ao inserir o tecido infetado poderia reaparecer a doença.

A técnica está a ser experimentada em ratos de laboratório. "Tivemos a primeira prova de que realmente conseguimos manter os óvulos. É um passo importante", afirmou Pors ao The Guardian. A investigadora sublinha que, apesar do resultado positivo, “temos muitos anos pela frente antes de o conseguirmos implantar numa mulher".

Os resultados desta investigação vão ser apresentados esta semana, em Barcelona, no encontro anual da Sociedade Europeia da reprodução Humana e Embriologia.