O Presidente iraniano, Hassan Rouhani, garantiu hoje em Genebra que o seu governo está “empenhado” em cumprir o acordo nuclear desde que os seus interesses sejam defendidos. Sexta-feira há uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros em Viena, na sede da Agência Internacional de Energia Atómica, para discutir a forma de manter em vigor o acordo de 2015 sem um dos seus signatários, os Estados Unidos, que unilateralmente se retirou do documento em maio. Uma reunião a pedido da diplomacia iraniana.
“O Plano de Ação Conjunto Global [JCPOA, na sigla em inglês] foi uma excelente abertura para o desenvolvimento das relações entre o Irão e outros países amigos. Este acordo é muito importante para aumentar a confiança, a segurança e o desenvolvimento regional e global e o Irão está completamente empenhado nas suas obrigações desde o princípio”, sublinhou o chefe de Estado iraniano, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo suíço.
Dirigindo-se diretamente aos países europeus, Rouhani pediu-lhes que “explícita e abertamente apoiem o multilateralismo no mundo e condenem a atual política unilateralista americana para defender a maneira de honrar os acordos e compromissos internacionais”.
Além de retirar o seu país do acordo, Trump anunciou que voltaria impor sanções ao Irão e “o nível mais alto” de sanções económicas à República Islâmica. Desde 8 de maio que o Reino Unido, França, Rússia, Chinal e Alemanha procuram encontrar formas de manter o acordo sem os EUA.
Trump acusa Obama
O presidente dos EUA acusou hoje no Twitter o seu antecessor, Barack Obama, de ter concedido a cidadania a 2500 iranianos durante as negociações do acordo nuclear. “Acabou de sair que a administração Obama concedeu cidadania, durante a negociação do terrível acordo iraniano, a 2500 iranianos, incluindo membros do governo”, escreveu. “Quão grande (e mau) é isto?”
Aparentemente, Trump referia-se a uma notícia da Fox News, citando a agência iraniana Far News, sobre a legalização concedida a iranianos, incluindo membros do governo. A televisão americana referiu que não conseguiu clarificar se a notícia se referia a cidadania mesmo ou apenas a autorização de residência, o denominado green card.