Saíram oito, faltam mais cinco

Dos 13 retidos na gruta faltam resgatar cinco. A operação de salvamento dos 12 jovens de uma equipa de futebol e do seu treinador que ficaram presos numa gruta no norte da Tailândia desde 23 de junho teve ontem mais um dia que as autoridades consideraram de sucesso e confiam que hoje se repita.

Saíram oito, faltam mais cinco

“Hoje  salvámos mais quatro pessoas”, disse em conferência de imprensa o governador da província de Chiang Rai. De acordo com as autoridades ligadas à operação, os rapazes resgatados ontem estão em boas condições de saúde. “Vamos recomeçar as operações amanhã”, acrescentou Narongsak Osatanakorn. A operação está agendada para ter início às 11h30 da manhã locais (5h30 em Lisboa).

Neste que será o terceiro dia de resgate, há a expectativa de que seja também o último dia da operação. Os supervisores da missão mostravam-se ontem confiantes de que podem salvar todas as pessoas ainda retidas na gruta Tham Luang.

“Ontem acabámos às 21h [15h em Portugal continental], mas hoje terminámos duas horas mais cedo. A equipa está a habituar-se à operação. Estamos a preparar um plano para amanhã que esperamos seja 100% bem-sucedido”, disse o também chefe de missão de resgate.

Noventa mergulhadores estão envolvidos na operação – 40 tailandeses e 50 estrangeiros – considerada de alto risco e antecipada devido ao perigo de as águas voltarem a subir com as novas chuvas previstas para a região norte da Tailândia, mas que acabaram por não cair com a intensidade antecipada.

Segundo Narongsak Osatanakorn, esta “equipa tem mergulhadores, fuzileiros, militares, equipas médicas. Estivemos unidos, não houve confusões, os nossos homens estão contentes porque o trabalho foi [bem] feito. Queremos agradecer ao deus da chuva”, referiu ainda o governador. A previsão meteorológica não levanta preocupações. “Esperamos ter boas notícias para dar amanhã!”, afirmou Osatanakorn no final da conferência de imprensa.

O segundo dia de operações começou pelas 11h00 locais [05h00 em Portugal continental] e o quinto rapaz foi retirado da gruta pelas 16h27 horas locais. Quando chegou a informação de que tinha dado entrada no hospital, foi noticiado que um sexto rapaz também tinha saído da gruta. A indicação sobre a sétima criança a chegar ao exterior foi avançada cerca de 15 minutos depois pela agência Reuters. O oitavo, anunciado cerca de 20 minutos depois.

Segundo testemunhas no local, citadas pela imprensa internacional, os rapazes saíram da gruta com as máscaras de mergulho faciais – que só são retiradas pelo pessoal médico no hospital – e vestiam fatos de mergulho.

Os rapazes já resgatados estarão em quarentena durante os próximos dias, apesar de, segundo o chefe de missão, estarem bem e a recuperar. Os jovens foram sujeitos a vários exames médicos e análises no Hospital de Prachanukroh, que se situa em Chiang Rai e vão continuar isolados até que todos os outros estejam fora da gruta. Além de ser necessário verificar se os jovens contraíram alguma infeção, existem também preocupações devido ao facto de terem estado muitos dias sem comer.

O processo de avaliação vai durar “entre cinco a sete dias”, até que os resultados dos testes estejam concluídos. Apesar de a idade dos rapazes ser um fator de preocupação ao nível dos efeitos físicos imediatos, poderá, no entanto, ser um aspeto positivo ao nível psicológico.

O hospital onde estão a ser tratadas as crianças emitiu um comunicado em que alerta que a permanência dentro da gruta, “num ambiente diferente”, poderá ter exposto os jovens a um sem número de doenças e que “qualquer pessoa que entre em contacto com os rapazes, incluindo a família, vai ser observada de perto para se ter a certeza que está bem”, lê-se no comunicado.

De acordo com um professor de medicina da Universidade do Tennessee, os jovens estão “no pico da sua saúde”, acrescentando que “se alguém consegue aguentar estes momentos de potenciais baixas de oxigénio e outros desafios físicos são estes jovens rapazes”.

As identidades dos oito jovens que já saíram da gruta foram mantidas em sigilo por respeito aos pais cujos filhos permanecem ainda dentro da gruta e porque os resgatados ainda não se haviam reunido com as suas próprias famílias. O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-o-cha, visitou ontem o hospital depois de falar com as famílias.