“O senhor ministro não disse a verdade aos portugueses e isso é grave”, disse Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos aos jornalistas durante a visita ao Hospital de São José, em Lisboa. Em causa estão as declarações de Adalberto Campos Fernandes que resumiu o caso das demissões dos chefes de equipa médica interna e cirurgia geral do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) como “dois ou três chefes de equipa que escreveram uma carta, que não se demitiram”.
O bastonário garante que a carta com os pedidos de demissão foi assinada por 16 chefes de serviço e que coloca as faltas de garantias de segurança no serviço de urgência do hospital São José como a razão do protesto. No entanto Miguel Guimarães garante que continua a ser seguro ir às urgências daquele hospital.
Segundo a carta, a que a Lusa teve acesso, os profissionais de saúde consideram que a consecutiva degradação da assistência médica prestada nas urgências do Hospital São José chega a uma “situação de emergência” que necessita “um plano de catástrofe”.
A administração reconheceu “o essencial das queixas” apresentadas pelos chefes de equipa médica e avançou que está a tentar encontrar soluções.
Para o ministro da Saúde, “o que é lamentável é que se faça um empolamento sistemático de situações pontuais, ocultando a realidade”, disse durante um encontro com militantes e simpatizantes do PS, em Coimbra, acrescentando que existe “uma tentativa permanente” de criar “sistematicamente, focos de alarmismo”.
"Se tivéssemos com três meses de Governo, até seria compreensível. Há três anos? Sempre os mesmos, com os mesmos argumentos, com o mesmo tipo de alarmismo, apenas com um único objetivo de desviar os resultados positivos do SNS [Serviço Nacional de Saúde], que hoje tem mais utentes, tem mais resultados, tem melhor desempenho económico, assistencial", frisou o ministro.