PJ deteve 56 elementos dos Hells Angels

A investigação incluiu 400 elementos e atingiu “os objetivos traçados”

A operação da Polícia Judiciária deteve 56 elementos dos Hells Angels, quatro deles “em flagrante delito de posse de armas”, disse Manuela Santos, coordenadora da investigação criminal em conferência de imprensa.

“Foi possível proceder à detenção de 56 indivíduos, em cumprimento de mandatos de detenção emitidos, houve o procedimento de 4 detenções em flagrante delito de posse de armas, indivíduos portugueses e estrangeiros”, explicou ainda a coordenadora que vê esta operação “com algum orgulho” por terem sido atingidos “os objetivos traçados”.

A coordenadora explicou que a PJ tem “vindo a acompanhar algumas práticas criminosas do Hells Angels”, no entanto as agressões que aconteceram no Prior Velho foi “a primeira vez que um grupo” com cerca de 100 indivíduos se dirigiu “com um objetivo comum de eliminar a concorrência”.

Entre os detidos estão cinco estrangeiros – alemães e um finlandês – e foram ainda emitidos mandatos de detenção internacional para membros dos Hells Angels que vivem em Portugal mas não se encontram no território português.

Em causa estão “tentativas de homicídio, de roubo, de ofensas à integridade física qualificada, crimes de dano e associação criminosa, que em si mesmo também é ilícito penal”. "Achamos que isto foi uma machada no grupo", disse ainda a coordenadora acrescentando que as buscas permitiram "identificar todos os indivíduos que apoiam e que têm atividade em comum" com o grupo motard.

Manuela Santos garantiu esta operação “não tem a ver com ideologias políticas” mas “é um fenómeno que tem vindo a ser acompanhado pela PJ” e que, entre os detidos, “há elementos pertencentes a forças de segurança”, mas “não há elementos das forças policiais”. Também a reunião de motards agendada para este mês em Faro, foi uma das razões que levou a polícia a avançar com a investigação, de forma a evitar novos confrontos. “Só não aconteceu antes por algumas limitações de pessoas”, acrescentou Manuela Santos reforçando que estiveram envolvidos 400 agentes nesta investigação.

Os detidos, todos do sexo masculino e entre os 30 e os “50 e tal anos” vão começar a ser ouvidos esta quinta-feira.