Os dois conversaram sobre as dificuldades que Temer poderá ter de enfrentar com a Justiça depois de deixar o cargo, em especial se voltar a ser acusado de corrupção. A “Veja” conta que Temer levantou o tom de voz para dizer: “Sou inocente. Não tenho medo de ser preso e não serei”. Mas, acrescentou, em confidência, “se eu for preso, o meu medo é perder Marcela”.
Temer, 77 anos, e Marcela, casados Há 15 anos, têm uma diferença de idades de 33 anos. O presidente brasileiro conheceu-a quando esta, com 19 anos, foi eleita Miss Paulínia e, diz a revista, “morre de ciúmes dela”.
As suspeitas de crimes sobre Temer são constantes e ainda em abril disse estar a ser vítima de “perseguição disfarçada de investigação” no seguimento da informação que a polícia encontrou indícios de corrupção. Neste caso no âmbito de uma investigação pelo pagamento de um suborno para a edição de um decreto que terá favorecido empresas portuárias.
No final do ano passado chegou mesmo a haver uma votação para a sua destituição, mas a câmara de deputados decidiu barrar a segunda denúncia, em menos de três meses, e impedir que o presidente fosse afastado do cargo e julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
A maioria dos parlamentares considerou que não há motivo, pelo menos por enquanto, para o presidente ser julgado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça de que era acusado.
Entretanto Temer continuou a governar e dois anos e dois meses depois de começar, o governo nomeou o seu 58º ministro. O advogado e desembargador aposentado Caio Vieira de Mello assumiu o Ministério do Trabalho a pouco menos de seis meses do fim do mandato de Temer – o presidente do Brasil mais impopular desde o fim da ditadura militar, em 1985, com apenas 3% de aprovação – no Palácio do Planalto.
Esta foi a 32ª troca de ministros desde maio de 2016, o que significa que, em média, é como se o governo tivesse um novo ministro a cada duas semanas.
Quando assumiu a presidência depois do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff de quem era quem era vice, Temer nomeou 23 ministros. Dilma tinha 32 ministérios quando deixou o cargo. Ao longo dos últimos 789 dias, novas pastas foram recriadas, renomeadas ou separadas, e o processo culminou nas atuais 29.
As presidenciais brasileiras estão marcadas para outubro e Temer diz que há forças obscuras a impedi-lo de se candidatar à reeleição em novembro, enquanto o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou que se irá candidatar, apesar de estar preso por corrupção desde 7 de outubro, condenado a uma pena de 12 anos e um mês. Ainda assim lidera as sondagens, seguido do deputado e militar Jair Bolsonaro.