Mãe há 10 meses e na final de Wimbledon: Serena nunca partiu

Aos 36 anos, a mais lendária tenista da história garantiu a décima presença na final do torneio inglês. Pela frente terá a alemã Angelique Kerber

Julho de 2017: Serena Williams, 35 anos, falha a presença no torneio de Wimbledon. Razão? Gravidez.

Julho de 2018: Serena Williams, 36 anos, soma a 20.ª vitória consecutiva no torneio de Wimbledon e apura-se para a final do torneio inglês pela décima vez na carreira (sete vitórias), somando já 30 finais de Grand Slam. Razão? É uma atleta do outro mundo.

Os vários meses de inatividade atiraram a norte-americana, provavelmente a melhor tenista da história, para o 181.ª lugar no ranking WTA, nada consentâneo com a realidade. E foi precisamente com o intuito de nivelar o torneio por cima que a organização decidiu atribuir o estatuto de cabeça-de-série (no caso, 25.ª) a Serena, apesar desse mérito estar reservado às 32 primeiras do ranking – uma decisão, refira-se, que causou polémica no circuito.

Pois bem, nos courts a mamã tem provado de todas as formas possíveis que essa foi uma decisão claramente acertada: apesar do que os rankings digam, continua a ser a melhor. As meias-finais, contra a alemã Julia Goerges, foram um passeio olímpico: 6-2 e 6-4 e bilhete para o encontro decisivo. Agora, segue-se outra germânica: Angelique Kerber, a décima classificada do ranking, numa reedição da final de 2016. Ganha… por Serena, claro está. “Já jogámos a final aqui da última vez que estive cá. Adoro vê-la jogar e tenho-a visto jogar muitas vezes esta semana”, revelou a norte-americana, assumindo surpresa por estar na final de Wimbledon no quarto torneio após voltar aos courts. “Há 10 meses o meu parto correu muito mal. Pensei que ia morrer, que nunca mais estaria aqui”, confessou, emocionada.

Caso vença este sábado, Serena Williams soma o 24.ª triunfo em Grand Slam, igualando o recorde da australiana Margaret Court, e torna-se a campeã de Wimbledon com pior ranking de sempre. Um recorde que pertence… à irmã Venus, que em 2007, vinda de lesão, conseguiu vencer a prova pela quarta vez quando ocupava a posição número 31 do mundo. Em termos absolutos, o recorde pertence ao croata Goran Ivanisevic, que em 2001 derrotou Patrick Rafter quando ocupava o 125.º posto da classificação mundial.

O encontro do ano No circuito masculino, Rafael Nadal derrotou Juan Martín Del Potro naquele que foi provavelmente o jogo do ano até agora: quatro horas e 47 minutos, com o espanhol a vencer na quinta partida: 7-5, 6-7(7-9), 4-6, 6-4 e 6-4. O número um mundial chegou assim às meias-finais do Major inglês sete anos após a última presença. Pela frente terá agora Novak Djokovic, que mostrou estar a subir de forma ao bater de forma categórica o japonês Kei Nishikori: 6-3, 3-6, 6-2 e 6-2. Na outra meia-final, defrontar-se-ão John Isner e Kevin Anderson, que surpreendeu o mundo ao eliminar Roger Federer nos “quartos”.

Esse desfecho acabou por beneficiar os adeptos que pretendam ir assistir à final “in loco”… e prejudicar quem vende os bilhetes: com a derrota do lendário tenista suíço, o preço do bilhete mais barato para a final de Wimbledon nos sites de revenda passou de 4000 mil libras para 1500 – uma desvalorização de cerca de 63 por cento, a espelhar bem o valor de mercado do atual número 2 mundial.