Joaquim contou ao SOL que foi em 1982 que iniciou o pequeno negócio e desde então, todos os anos, vende os bolos ali. «Na altura estava desempregado e pronto surgiu isto e estou por cá todos os anos consecutivos», explicou.
Joaquim ficou conhecido pelo seu método de trabalho inovador: para transportar os bolos decidiu construir um carrinho, que é movido apenas pela força dos seus braços. Um engenho que agora não pode usar, vendo-se obrigado a usar aquele carro de paletes. Segundo explicou, no início do ano – momento em que renovou a licença anual de venda – apenas lhe foi atribuído o licenciamento normal para venda, não permitindo o uso do carro. «Não sei explicar» esta decisão, disse Joaquim ao SOL.
As reações ao porquê de o carrinho ter sido proibido não tardaram a chegar e foi através das redes sociais que os banhistas se manifestaram. No dia 20 de junho, Alícia Lopes publicou no Facebook um texto a questionar o porquê de o carrinho de Joaquim ter sido proibido. O impacto foi grande e a publicação já tem quase duas mil partilhas.
Fonte da Autoridade Marítima Nacional revelou que a legislação relativa à circulação dos carrinhos no areal sofreu alterações em 2016, com as mudanças a serem aprovadas pela resolução do Conselho de Ministros e publicadas em Diário da República a 19 de outubro de 2016.
Segundo a mesma fonte, «a Polícia Marítima de Tavira em 2017 advertiu várias vezes o senhor», tendo o vendedor «acatado as advertências da Polícia Marítima», respeitando as ordens dadas, sempre que era chamado à atenção. «No início da época balnear 2018 foi informado que se continuasse [a usar o carrinho] ser-lhe-ia levantado o auto de contraordenação (…) e arriscava-se a perder a licença de venda», adiantou.