Francisco J Marques foi ouvido como arguido no caso dos emails

O porta voz do FCP diz que recebeu muitos mais emails mas só divulgou os que considerou terem interesse público

O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J Marques, foi interrogado a 26 de março pela Polícia Judiciária por ter divulgado o conteúdo dos emails do Benfica sem consentimento, avança o Record.

Segundo o auto do interrogatório, J. Marques  “esclarece que no dia 4/4/2017 recebeu uma mensagem de correio eletrónico proveniente do endereço e **********@tutanota.com , cujo respetivo titular juntou em anexo documentos em formato ‘word’ que designou de ‘briefings’. Esses ficheiros (…) davam conta da existência de instruções, as quais seriam emanadas de Carlos Janela (…) para servirem de guião a comentadores afetos ao Benfica”.

“Pouco tempo depois, recebeu outras mensagens de correio eletrónico provenientes do mesmo endereço, em períodos distintos, onde por vezes vinham em anexos mensagens de correio eletrónico em formato PDF, todas elas oriundas do servidor slbenfica.pt, e outras (…) ode lhe foi possível descarregar a caixa de correio eletrónico de Pedro Guerra, Luís Bernardo e Pedro Valido”, pode ainda ler-se no documento.

O diretor de comunicação “entendeu que a respetiva divulgação teria interesse público”, acrescentando que “apenas divulgou uma ínfima parte” das mensagens recebidas que eram “apenas as que entendeu conterem factos que consubstanciaram a prática de crimes e ou irregularidades”.  J. Marques garantiu ainda que “verificou a existência de outras mensagens, as quais entendeu, por conterem conteúdos de cariz íntimo, não divulgar”.

Sobre a proveniência dos emails, Francisco J. Marques afirma “desconhecer em absoluto quem estaria por detrás de tais mensagens (…), sendo certo que o arguido é totalmente alheio a esses factos”.

No documento está ainda expresso que “o arguido entregou, voluntariamente, todos os ficheiros relativos ao domínio slbenfica.pt que tinha na sua posse, os quais irão ser alvo de apreensão”.