O prazo para as matrículas no próximo ano letivo terminou na passada quarta-feira, mas foram várias as escolas que não conseguiram realizar o processo dentro do período estipulado. Os motivos pelos quais os alunos não ficaram inscritos até à data prevista foi a falta de meios humanos para atender os encarregados de educação e as constantes falhas informáticas no portal de inscrição.
Após o alerta das escolas, o Ministério da Educação decidiu alargar o limite anteriormente estabelecido e o portal passa agora a estar em funcionamento nos próximos meses, de forma a que os diretores realizem todas as matrículas. De acordo com o presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas, Filinto Lima, as falhas informáticas do portal de matrículas têm vindo a agravar-se todos os anos. «Estamos a falar de um problema que persiste todos os anos. As coisas não funcionam porque o processo é muito complexo, esta máquina informática é muito lenta, tudo isto associado a uma rede de Wi-Fi que as escolas têm que é uma rede fraca, que necessita de ser reforçada», disse Filinto Lima à Rádio Renascença.
Greve de professores
Há mais de um mês (desde 5 de junho) que os professores estão em greve às avaliações e até à semana passada a adesão rondava cerca de 95%, o que implicou que mais de 53 mil reuniões tivessem sido adiadas. Até ao final de julho, os professores vão continuar com a greve, mas o protesto convocado pelo recém-nascido Sindicato de Todos os Professores (STOP) tem registado nos últimos dias uma adesão inferior.
Agora, de acordo com a informação disponibilizada pelo STOP, «serão cerca de 200 escolas em todo o país a continuar a greve», de forma total ou parcial.
Caso se mantenham os baixos níveis de adesão – apesar do atraso no fim do ano letivo – todos os trabalhos pendentes nas escolas deverão ficar concluídos antes das férias dos professores, que arrancam para a maioria dos docentes no dia 27 deste mês, dizem ao i os diretores escolares.
Mas, para que isso aconteça, as escolas estão agora a realizar as reuniões de avaliação «em maratona» de forma a que sejam feitas as matrículas, se constituam turmas e se distribua o serviço docente. De acordo com a lei, cada reunião de avaliação tem a duração mínima de duas horas e em média, isso permite às escolas realizarem entre três a quatro reuniões por dia.
Em anos anteriores, todos estes processos de final do ano letivo estavam concluídos por volta do dia 20 de julho. Este ano, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, prevê que «dia 27 esteja tudo concluído». Ou seja, as escolas estão «com uma semana de atraso», aponta Manuel Pereira.