Os centros de detenção para os imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos custam anualmente mil milhões de dólares (859 milhões de euros) ao erário público norte-americano, segundo uma investigação da AP. Os gastos orçamentais com as instalações são hoje dez vezes superiores aos de há uma década.
O investimento em centros de detenção no país está a ser lucrativo para duas grandes empresas, a Southwest Key e a Baptist Child & Family Services. Na última década, a Southwest recebeu 1,39 mil milhões de dólares (1195 milhões de euros) e a Baptist Child 942 milhões de dólares (810 milhões de euros). Inicialmente, as empresas dedicavam-se ao alojamento e detenção de crianças norte-americanas em risco, mas ao compreenderem que poderiam lucrar com a chegada de indocumentados decidiram concentrar-se nesta nova atividade económica.
«Que tipo de sem fins lucrativos é isto?», pergunta Caroline Isaacs, diretora da American Friends’ Service Committee, citada pelo Arizona Republic, «no fim de contas, claro que estamos a mercantilizar seres humanos. Neste caso, são crianças».
A agência federal de Saúde e Serviços Sociais avançou com novos concursos públicos para aumentar a lotação das instalações subcontratadas. Em maio, a agência abriu concursos públicos para se construírem cinco novos centros, com um custo total de 500 milhões de dólares (429 milhões de euros). O porta-voz da agência federal, Kenneth Wolfe, afirmou, em declarações à AP, que os critérios dos concursos privilegiam «o número de camas necessárias para providenciar os necessários cuidados aos menores».