Angelique Kerber e Novak Djokovic mostraram em Wimbledon que estão prontos a assaltar o topo do ténis mundial.
A alemã de 30 anos entrou já para a história da modalidade. Nunca será uma das mais tituladas em Majors. Os seus 3 troféus ficam a léguas dos 23 de Serena Williams que derrotou na final.
Kerber não está nem sequer no top-30 na história e mesmo que falemos apenas da Era Profissional, é a 16.ª mais titulada em Majors.
Mas se já merece um lugar nos anais da modalidade é porque os seus três títulos foram obtidos em três torneios diferentes: Open da Austrália e Open dos Estados Unidos em 2016, e agora Wimbledon em 2018.
Falta-lhe ‘apenas’ Roland Garros para completar o Grand Slam de Carreira, mas ela própria sorriu em descrença quando questionada sobre o assunto. A terra batida é um piso onde as suas armas são neutralizadas e no qual as suas lacunas são exacerbadas.
Não acredito que ‘Angie’ vença no pó de tijolo de Roland Garros, mas tê-lo feito na relva de Wimbledon, no Decoturf-II de Flushing Meadows e no Plexicushion de Melbourne Park é um feito.
A estes Majors acrescentam-se a medalha olímpica de prata no Rio2016, o n.º 1 do ranking que ocupou durante 34 semanas, fechando a época de 2016 no topo dessa classificação WTA, e a eleição de campeã do Mundo da Federação Internacional de Ténis, em 2016.
E a sucessora de Steffi Graf irá ainda enriquecer o seu palmarés. Este ano teve match-points para derrotar Simona Halep nas meias-finais do Open da Austrália e na final a canhota alemã teria sido favorita.
Novak Djokovic é ainda mais impressionante. A dança dos campeões que reeditaram na gala que encerrou Wimbledon foi sintomática. Por ser um cavalheiro, foi ele a convidar e a liderar Kerber na pista de dança, mas foi uma bela metáfora de que se ela já é grande ele é enorme no planeta ténis.
Djoko entrou há muito na história, mas o que reforçou em Wimbledon foi a candidatura ao estatuto de melhor de sempre.
Parece um sacrilégio e uma missão impossível, quando Roger Federer conta com 20 Majors e Rafa Nadal com 17, mas Djoko já vai em 13 e só tem 31 anos. ‘King Roger’ vai a caminho dos 37!
Entre janeiro de 2011 e junho de 2016, no período do seu ‘cosmic tennis’, o sérvio venceu 11 dos 22 torneios do Grand Slam disputados! Ainda não lhe vi em Wimbledon esse ténis cósmico, mas não me pareceu longe.
Não foi por acaso que, entretanto, já referiu o US Open. O hardcourt é o seu piso preferido. Se ganhar um dos dois próximos Majors, ambos nessa superfície, acredito que poderá também ele sonhar com o recorde.
É por tudo isso e muito mais que o próximo US Open se afigura fascinante.