Uma jovem estudante sueca, Elin Ersson, conseguiu impedir a deportação de um homem, de 52 anos e nacionalidade afegã, ao se recusar a sentar-se no seu lugar num avião, impedindo este de descolar. Ersson discorda da política de deportação do governo sueco, que considera o Afegão um país seguro para quem viu os seus pedidos de asilo recusados.
Ao tomar conhecimento de que o homem seria deportado para o seu país de origem, que se encontra em guerra há décadas e onde iria correr risco de vida, a estudante comunicou aos restantes passageiros e tripulação de voo que se recusava a sentar e a deixar o avião seguir viagem enquanto o afegão não o abandonasse. O protesto foi transmitido em direto pela própria estudante, recebendo o apoio de centenas de internautas e denunciando o caso.
No vídeo, com a duração de mais de 40 minutos, pode-se ver Ersson a explicar aos outros passageiros e tripulação que está a desobedecer por a deportação ir colocar em causa a vida do homem, afirmando que "o mais provável é ser morto" no seu país de origem. "Estou a fazer o que posso para salvar a vida de uma pessoa", explicou Ersson.
"Enquanto uma pessoa estiver de pé, o piloto não pode levantar voo. Tudo o que quero é parar a deportação e depois irei cumprir as regras", garantiu a jovem estudante.
A sua ação não foi bem-recebida pelos restantes passageiros e tripulação de voo, que a pressionaram a sentar-se por estar a atrasar a viagem. "Peço desculpa se ao salvar uma vida estou a atrasar as vossas vidas", respondeu inúmeras vezes Ersson. Todavia, e passados largos minutos, alguns passageiros começaram a aderir ao protesto, não deixando qualquer margem de manobra ao piloto do avião.
Por fim, e quase uma hora depois de tudo ter começado, a tripulação de voo informou-a que ela e o homem iriam sair do avião.
Em reação ao sucedido, o porta-voz dos serviços prisionais suecos, Ulf Mossberg, explicou que o homem afegão não podia ir no avião. No entanto, a imprensa sueca sugere que o homem poderá ser deportado mais tarde, além da jovem estudante poder enfrentar consequências legais por se ter recusado a cumprir as ordens do piloto.
Não é a primeira vez que protestos deste género contra as políticas de deportação europeias acontecem. Em 2017, não menos que 222 deportações foram travadas na Alemanha por os pilotos da companhia aérea Lufthansa se terem recusado a levantar voo por discordarem da política de deportações da chanceler alemã Angela Merkel.