No seguimento da greve de dois dias da tripulação portuguesa da Ryanair, o Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) confirmou à Lusa, esta quinta-feira, que quase 75% dos voos para fora e para dentro de Portugal foram cancelados.
Este é o último dia da greve de várias tripulações por diferentes países da Europa, como Espanha e Alemanha.
"Posso confirmar que sete dos voos planeados foram cancelados no Porto, em Faro foram todos cancelados, ou seja, sete em sete, e em Lisboa estão três cancelados dos cinco planeados", confirma o sindicalista da SNPVAC, Bruno Fialho.
De acordo com o mesmo, "no primeiro dia de greve [quarta-feira] foram cancelados 65% dos voos".
Relativamente às declarações da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), que já estava a investigar a situação da companhia aérea em Portugal, Bruno Fialho afirma que "a ACT foi verificar se os tripulantes que estavam dentro de dois aviões da Ryanair hoje de manhã eram tripulantes das bases portuguesas ou se eram substitutos de grevistas. Neste momento não tenho mais informação".
De acordo com denúncias feitas pelo SNPVAC, a Ryanair tem recorrido a trabalhadores de outras bases e voluntários para substituir ilegalmente os grevistas portugueses desde o início da paralisação – algo que a própria companhia confirma.
Os países que neste momento estão a fazer greve têm o mesmo objetivo: que as suas leis nacionais – como a garantia do ordenado mínimo, licença de maternidade, e ainda, que a empresa retire processos disciplinares devido a baixas médicas, por exemplo – sejam aplicadas e não a lei do país de origem da empresa, a Irlanda, como acontece.