A noite de hoje será especial e trará algo inédito: durante três horas e 55 minutos da noite, o planeta Terra ficará entre o sol e a lua (cheia) e estará perfeitamente alinhado com a sombra deste satélite. A isto se chama um eclipse lunar.
Susana Ferreira, coordenadora do curso de Iniciação à Astronomia e Astrofísica, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e membro do Observatório Astronómico de Lisboa, explicou ao SOL que o eclipse lunar de hoje será mesmo “o maior dos últimos tempos” – durará sensivelmente quatro horas (3h55) e será visível em quase todo o mundo – só a zona do norte da América é que estará privada deste fenómeno.
Caso perca o eclipse total, não terá de esperar muito pelo próximo: “o fenómeno voltará a acontecer no dia 21 de janeiro de 2019”, durando apenas menos um minuto do que o eclipse desta sexta-feira.
Ainda assim, “todos os anos há eclipses lunares”, quer sejam totais, parciais (apenas uma parte da lua é ofuscada pela sombra da Terra) ou penumbrais (a sombra do planeta não é escura o suficiente para encobrir a lua; este eclipse é muito pouco percetível).
Onde ver Se estiver em Portugal, será um privilegiado – vai poder ver este fenómeno em várias partes do país. No site do Observatório Astronómico de Lisboa, são fornecidos os ‘horários’ em que poderá ver melhor este eclipse: em Faro, por exemplo, comece a olhar para o céu às 20h38. Já no Funchal, o eclipse tem ‘hora marcada’ às 21h05. Pode saber mais informações sobre a melhor hora para assistir ao eclipse no local onde reside consultando o site do Observatório (http://oal.ul.pt/).
Caso queira aproveitar ao máximo o eclipse, procure um sítio sem prédios e sem árvores, ou seja, com ‘vista aberta’ para o céu. E, se estiver na zona de Lisboa, o melhor lugar para assistir, segundo Susana Ferreira, é mesmo o Parque das Nações.
Vem aí uma lua de sangue Como é habitual nos eclipses lunares, a Terra irá colocar-se entre o sol e a lua, fazendo com que esta fique tapada pela sombra projetada pelo nosso planeta. No entanto, este eclipse terá particularidades diferentes: será um eclipse total – a lua ficará tapada por completo –, o satélite da Terra vai ficar vermelho e será o maior eclipse lunar do século.
Nestes fenómenos, é possível que a lua assuma várias cores, mas na próxima sexta-feira poderá contar com uma lua avermelhada: o alinhamento da Terra, da lua e do sol irá influenciar a projeção dos raios solares – durante este fenómeno, a lua irá refletir a cor vermelha, formando a chamada ‘Lua de Sangue’. Isto deve-se à refração dos raios solares pelas camadas que compõem a atmosfera – estando a lua na direção da luz projetada, também ela acaba por ficar vermelha. Este acontecimento astronómico acontece cerca de duas vezes por ano.
Outros fenómenos Em matéria de eclipses lunares, o último que ocorreu foi no dia 31 de janeiro deste ano, mas não foi visível no sudoeste da Europa. Antes desse, aconteceu outro fenómeno lunar, no dia 28 de setembro de 2015, que foi visível em Portugal.
Mas a lua não fica só vermelha: as chamadas luas azuis acontecem em média de três em três anos. Já as luas gigantes ocorrem a cada 14 meses.
*Editado por Carlos Diogo Santos e Joana Marques Alves