João Sousa registou quatro derrotas consecutivas desde que foi quarto finalista na Turquia, em junho.
E desde que conquistou o seu terceiro título do ATP World Tour, no Millennium Estoril Open, em maio, só ganhou três encontros, sofrendo oito desaires.
O melhor tenista português de sempre atravessa uma pequena crise e ele próprio aceita que «as coisas não têm saído tão bem. Há que continuar a trabalhar para voltar a esse nível e a essas tão desejadas boas exibições».
Não é a primeira vez que o português de 29 anos enfrenta períodos de seca.
Em fevereiro o n.º 1 português conheceu outra série de quatro desaires consecutivos. No ano passado também viveu, na segunda metade do ano, dois períodos de quatro e de cinco derrotas seguidas.
A carreira de João Sousa, desde que entrou no ATP World Tour e saiu dos circuitos de Futures e Challengers, é mais caracterizada pela irregularidade exibicional – com picos e ressacas – do que por longas séries de resultados positivos.
Mas como ele nunca deixa de acreditar no trabalho intensivo, mais tarde ou mais cedo surgirá outro grande resultado.
Foi por isso que, pouco antes do Millennium Estoril Open, numa altura de maior descrença, vaticinei que João Sousa iria dar ainda muitas alegrias aos seus fãs. E como se viu, no Clube de Ténis do Estoril, celebrámos a página mais bonita da história do ténis nacional.
A novidade em 2018 é que o vimaranense costuma aproveitar a época de terra batida que medeia Wimbledon do US Open, com presenças nas finais nos torneios de Bastad em 2014, Umag em 2015 e Kitzbühel em 2017.
Mesmo em 2016, com as atenções mais viradas para os Jogos Olímpicos, colecionou dois quartos de final nesta fase da temporada.
Ora, em 2018, só tem somado derrotas em primeiras rondas em Gstaad, Umag e Wimbledon.
Resta-lhe Kitzbühel para tentar inverter essa situação, embora ainda não tenha decidido se regressa à Áustria onde foi tão bem sucedido no ano passado.
Miguel Ramos, antigo jogador e atual agente de João Sousa, explicou-me que, devido a uma série de desistências (entre as quais a de Roger Federer), o ‘Conquistador’ de Guimarães entrou diretamente no quadro principal do Open do Canadá, um Masters 1000, o que significa que terá «cinco semanas seguidas de competição».
Se jogar em Kitzbühel será uma sexta e poderá ser competição a mais antes do US Open.
Entretanto, a seca nos singulares deu lugar a um maná nos pares e na próxima segunda-feira vai alcançar mais um recorde nacional e apoderar-se da melhor classificação de sempre de um português no ranking mundial da especialidade. Mas disso falaremos para a semana.