A partir de agora é a doer. Depois de sete particulares, dos quais os últimos quatro (1-0 ao Sevilha, 2-2 com o Borussia Dortmund, 1-1 com a Juventus e 2-3 com o Lyon) já constituíram duelos com elevado grau de dificuldade, o Benfica entra esta terça-feira em ação na Liga dos Campeões – ou, mais propriamente, no apuramento para a mesma. Faltam, para já, ultrapassar dois obstáculos para chegar à fase de grupos, e o primeiro, chamado Fenerbahçe, visita a Luz já esta semana.
Os vice-campeões turcos, de resto, eram provavelmente a equipa mais temida de todas as que podiam calhar aos encarnados (Spartak de Moscovo, Standard Liège e Slavia de Praga), sendo que o Benfica até tinha estatuto de cabeça-de-série no sorteio. Serviu de pouco, porém, e são mesmo os canários turcos os primeiros adversários das águias.
O percurso do Fenerbahçe na última temporada, de resto, pode até considerar-se um fracasso – a exemplo do Benfica. O conjunto de Istambul, onde alinhou o internacional português Neto por empréstimo dos russos do Zenit, acabou a última liga turca no segundo lugar, a três pontos do vizinho Galatasaray, e perdeu ainda a final da Taça para o modesto Akhisar (2-3, com golos dos portugueses Miguel Lopes e Hélder Barbosa). Nas competições europeias, o pecúlio foi ainda mais pobre: caiu no playoff de acesso à fase de grupos da Liga Europa, eliminado pelo semi-desconhecido Vardar, da Macedónia.
A versão 2018/19, todavia, é diferente. Não tanto na composição do plantel, mas principalmente no comando técnico e diretivo. O turco Aykut Kocaman foi substituído no banco por Phillip Cocu, que levou o PSV Eindhoven ao título holandês na última época, e na presidência desde junho está Ali Koç, empresário de renome e um dos homens mais ricos da Turquia – a sua empresa, a Koç Holding, detém a marca ‘Becko’, que patrocina o Barcelona. Koç bateu de forma surpreendente Aziz Yildirim, que esteve no cargo durante 20 anos consecutivos, e pretende instituir uma nova era num clube que já não é campeão há quatro épocas.
Passado é risonho
Em termos de plantel, o vice turco manteve os internacionais estrangeiros Kameni, na baliza, Isla, Dirar, Neustadter e Skrtel na defesa, Giuliano, Souza (ex-FC Porto) e Valbuena no meio-campo e Soldado na frente. Assegurou, ainda, o empréstimo do ganês André Ayew por parte do Swansea, mas desejava contratar mais um ou dois jogadores de nomeada para o ataque antes desta eliminatória – um objetivo não atingido.
A favor dos encarnados está a história. Benfica e Fenerbaçhe somam quatro encontros oficiais entre si, com duas vitórias para cada lado – mas um detalhe que faz toda a diferença: as águias passaram a eliminatória em ambas as ocasiões. Em 1975/76, na primeira ronda da então denominada Taça dos Campeões Europeus, o Benfica trucidou na Luz: 7-0, com hat tricks de Nené e Jordão e outro golo de Shéu. Na segunda mão, o Fenerbahçe venceu em casa por 1-0. Já em 2012/13, o conjunto turco conseguiu a melhor prestação europeia de sempre: chegou às meias-finais da Liga Europa e até venceu o Benfica na primeira mão (1-0). Na Luz, porém, os encarnados deram a volta (3-1) e garantiram o bilhete para a final, que acabariam por perder para o Chelsea (1-2).
A primeira mão da terceira pré-eliminatória irá realizar-se no Estádio da Luz, a 7 de agosto. Uma semana depois, disputa-se em Istambul o encontro decisivo. Caso consiga superar os turcos, o Benfica irá defrontar o vencedor do embate entre os gregos do PAOK, capitaneados pelo campeão europeu Vieirinha, e os russos do Spartak de Moscovo.