Com o aumento de turistas, a cidade do Porto tem registado uma maior oferta de serviços sexuais, que, por sua vez, tem tido impacto no número de pessoas com infeções sexualmente transmissíveis, como o vírus do VIH, a gonorreia ou a hepatite B. O alerta foi dado pelo presidente do Instituto de Saúde Pública (ISUP).
"Da mesma maneira que aumentaram o número de restaurantes, que aumentaram os hotéis, também é natural que aumente a oferta de serviços sexuais", afirmou o presidente da ISUP, Henrique Barros, numa entrevista divulgada esta segunda-feira pela agência Lusa. De acordo com o responsável, o aumento da oferta de serviços sexuais faz com que haja uma maior probabilidade de transmissão de infeções sexualmente transmissíveis.
Henrique Barros defende que sejam feitas ações de prevenção junto da população, como consultas médicas e, também, junto dos turista, com a entrega defolhetos informativos e preservativos no Aeroporto Sá Carneiro, por exemplo.
"Pensamos muito em nos defender quando saímos, mas, numa consulta, o médico nunca nos fala dos riscos que se corre por vir muita gente para o Porto", adverte o presidente da ISUP. Contudo, o responsável diz que os habitantes do Porto não devem adotar atitudes “xenófobas” ou “anticosmopolitas”.
"Estas circunstâncias do turismo, que aumentam os contactos interpessoais relativamente curtos e relativamente frequentes, aumentam a probabilidade de introdução na nossa sociedade de casos de infeção e, naturalmente, também nós, enquanto cidade, exportarmos os nossos casos de infeção", referiu Henrique Barros, considerando este um "problema de saúde pública na medida em que pode levar a um aumento da frequência de algumas infeções e, portanto, o que a saúde pública deve fazer é prevenir".
O presidente da ISUP afirma ser “natural” que tal aconteça “ numa cidade que tenha muito turismo”, mas defende que tem de “haver prevenção de doenças", que a população deve "estar consciente de que o problema existe" e "aumentar a atenção".