Os chefes de equipa das urgências de obstetrícia e ginecologia do hospital Amadora-Sintra concretizaram, na terça-feira, a demissão. O pedido tinha sido apresentado no início de agosto.
Segundo referiu à Lusa o presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, a decisão foi tomada “uma vez que o conselho de Administração e o governo não responderam a qualquer das questões que os médicos colocaram” e, por esse motivo consideraram que “não há nenhuma razão para que os médicos não mantenham a demissão”.
Quando os profissionais entregaram as cartas de demissão deram ao hospital um prazo de quinze dias – que acabou na terça-feira – para resolver os problemas.
Os médicos queixavam-se da falta de profissionais, sendo que o serviço de urgências estava numa “situação de contingência”. “A nada ser feito, irá naturalmente fechar a médio prazo, porque, se neste momento os médicos com 55 anos decidissem deixar de fazer noites e com 50 anos deixassem de fazer urgências, não havia ninguém para fazer o serviço de urgência no hospital Amadora-Sintra”, completou o responsável.
O presidente do sindicato disse ainda que tanto o Ministério da Saúde como a administração do hospital “não fizeram nada para que o problema fosse resolvido”, adiantand que os problemas que ocorram serão da responsabilidade “do conselho de administração, uma vez que os médicos já entregaram minutas de exclusão de responsabilidade".
Na altura, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, denunciou que o serviço de urgência precisava “com urgência” de mais cinco especialistas: “É uma emergência mesmo, porque, caso contrário, pode acontecer que a equipa de obstetrícia e ginecologia não possa funcionar em determinados dias”.