Paredes de Coura. E tudo o que os King Gizzard & Lizard Wizard levaram

Corações derretidos com Marlon Williams, saltos loucos com os King Gizzard & Lizard Wizard, houve espaço para tudo no ‘Paradise de Coura’

O primeiro dia da 26º edição do Festival Vodafone Paredes de Coura começou com o que o nosso país nos dá: os portugueses Grandfather’s House foram os primeiros a pisar o palco principal do habitat natural da música. A banda de Famalicão mostrou-se contente pela oportunidade e o público retribuiu com alegria e orgulho daquilo que é nacional; no entanto, não foi o suficiente para chamar a atenção de toda a gente e preparar o ambiente para o que vinha a seguir.

Marlon Williams conseguiu derreter os corações do ‘Couraíso’ com o seu indie folk, naquele que foi um dos momentos mais doces deste primeiro dia. Depois de atravessar metade do planeta, o neozelandês saudou os festivaleiros de uma forma carinhosa, referindo-se ao evento como “Paradise de Coura”… Terá sido do português que lhe foi ensinado, talvez, em cinco minutos ou foi mesmo de propósito? A única coisa certa é que na cara do público só se via felicidade enquanto Marlon, com a sua voz doce e rouca, cantava ‘Vampire Again’ e ‘Love is a Terrible Thing’, música sobre a sua ex-namorada que fez com que até um coração de gelo conseguisse sentir um mínimo de sentimento.

Depois de sairmos de Portugal e irmos para a Nova Zelândia, voltamos outra vez à música nacional. Os Linda Martini trouxeram a Paredes de Coura muitos festivaleiros que os seguem religiosamente. Com o mais recente álbum homónimo, a banda abriu com ‘Gravidade’ – foi o suficiente para levar toda a gente à euforia, desde o primeiro minuto. Depois disto, ‘Panteão’ e ‘Amor Combate’ trouxeram muita energia ao público.

Só há uma banda em Paredes de Coura que consegue trazer tanta euforia quanto os Linda Martini durante o soundcheck e depois, na atuação dita oficial, receber ainda o triplo da energia vinda do público: fala-se dos King Gizzard & Lizard Wizard. Perderam-se sapatos, camisolas, copos e pilhas, no meio de dezenas de ‘moches’ ao som de músicas como ‘Digital Black’, a ‘Rattlesnake’ até à ‘Gamma Knife’. A animação era tanta, que o público conseguiu levantar nuvens de poeiras, num recinto em que tal não era suposto acontecer devido ao novo piso de relva sintética.

Depois disto, a noite virou-se para a música eletrónica, com The Blaze, Nuno Lopes e um dos nomes mais curiosos da música portuguesa: Conan Osiris.

Editado por Joana Marques Alves