Ex-guarda de campo de concentração deportado para a Alemanha

Palij viveu uma vida discreta nos EUA, até ser descoberto o seu passado

O último suspeito de crimes nazis cometidos durante a Segunda Guerra Mundial foi, esta terça-feira, deportado dos Estados Unidos para a Alemanha. De acordo com um comunicado emitido pela Casa Branca, trata-se de um ex-guarda de um campo de concentração na Polónia, Jakiw Palij, com 95 anos.

Palij foi levado da sua casa em Nova Iorque, depois de 25 anos de investigações por parte de vários investigadores, Na altura, o homem entrou nos EUA, alegando que trabalhava como agricultor e trabalhador de uma fábrica, tendo agora admitido que, afinal o trabalho que realizava era ser guarda num campo de concentração, em Trawniki, na Polónia: “Nunca teria entrado neste país, se tivesse dito a verdade. Toda a gente mentiu”, disse ao Departamento da Justiça norte-americano.

Até aí, Palij tinha vivido uma vida discreta nos EUA.

Em 2003 foi-lhe retirada a cidadania por “participação em atos contra cidadãos judeus” e foi ordenada a sua deportação em 2004, para a Europa. No entanto, países como a Alemanha, Polónia e Ucrânia, por exemplo, recusaram receber o antigo guarda nazi, tendo este continuado a viver em Nova Iorque com a sua mulher.

A sua permanência nos Estados Unidos levou a vários protestos, incluindo protestos por parte dos seus vizinhos que por vezes gritavam “o teu vizinho é um nazi!”.  

Agora, e de acordo com a agência AP, a Alemanha e os EUA chegaram a acordo para procederem à deportação efetiva de Jakiw Palij.