Novak Djokovic alcançou no domingo passado um feito que o ATP World Tour considerou único na história do ténis – o Career Golden Masters.
O sérvio, de 31 anos, tornou-se no primeiro tenista a deter no seu palmarés todos os nove torneios Masters 1000, provas que anteriormente foram designadas por ATP Championship Series Single-Week, ATP Mercedes-Benz Super 9, Tennis Masters Series e ATP Masters Series.
‘Nole’ conquistou o torneio de Cincinnati, nos Estados Unidos, o único que lhe teimava escapar, tendo perdido ali cinco finais, três das quais frente a Roger Federer, o adversário que ele finalmente derrotou na sua sexta final no Midwest.
O troféu de ‘Cincy’ era a joia que faltava à sua coroa, depois de entre 2077 e 2016 ter conquistado pelo menos uma vez os Masters 1000 de Miami, Canadá (Toronto e Montreal em anos alternados), Indian Wells, Roma, Paris, Madrid, Xangai e Monte Carlo.
O seu total de 31 títulos nesta categoria não supera ainda o recorde mundial de Rafael Nadal, que tinha somado o seu 33.º na semana anterior, no Open do Canadá, mas nem por isso o feito deixa de ser enorme.
O próprio Roger Federer, provavelmente o melhor tenista de todos os tempos, rendeu-lhe homenagem: «Parabéns Novak por teres escrito história. Foi um esforço enorme, não só hoje, mas ao longo de toda a tua a carreira para chegares a este ponto. É uma proeza espantosa e podes estar orgulhoso».
O ATP World Tour tem, no entanto, induzido o público em erro. Ivan Lendl, que esta semana surpreendeu ao aparecer em Nova Iorque como treinador de Sascha Zverev, venceu 11 títulos distintos com o estatuto de Grand Prix Championship Series: Canadá, Las Vegas, Forest Hills, Cincinnati, Tóquio, Monte Carlo, Filadélfia, Miami, Roma, Hamburgo, Estocolmo.
É verdade que até 1990 os Grand Prix Championship Series não tinham todos a mesma fama dos atuais Masters 1000, mas era a categoria equivalente.
Claro que o ATP World Tour só surgiu em 1990 e até 1989 o circuito era dirigido pelo Conselho Profissional Masculino, sob a supervisão da Federação Internacional de Ténis (ITF), a entidade com que o ATP World Tour anda em guerra aberta há anos.
Julgo, por isso, que teria sido mais correto esquecer essas divergências institucionais e dizer-se que Novak Djokovic foi o primeiro a completar o Career Golden Masters desde 1990 e não o primeiro na história do ténis.
No entanto, para ‘Djoko’ o mais importante foi alcançar algo que nem Federer nem Nadal foram capazes, tal como quando em 2016 deteve ao mesmo tempo todos os títulos dos torneios do Grand Slam.