A zona de gelo mais antiga e espessa do Ártico está a quebrar, estando a aparecer novas passagens em sítios que normalmente estariam congelados até chegar o verão. Este fenómeno – que foi possível ver através de um registo de satélite – está a acontecer na costa da Gronelândia e é já a segunda vez que se regista em 2018.
Apesar de a temperatura estar a subir em todo o planeta, os cientistas não esperavam que o gelo naquela zona começasse a partir tão depressa. “Esta área era vista como um último bastião e onde as alterações aconteceriam em último lugar, mas elas chegaram”, disse Walt Meier, investigador do National Snow and Ice Data Center, à CNN.
O gelo que se acumula a norte do Gronelândia é muito espesso, por causa de um fenómeno meteorológico que traz o gelo da Sibéria para a costa da Gronelândia. “O gelo não tem para onde ir e acumula-se. Em média, tem quatro metros de espessura e pode chegar a montanhas de 20 metros. Este gelo, compactado e grosso, não é fácil de ser movido”, explicou o investigador.
Ruth Mottram, do Instituto Dinamarquês de Meteorologia, disse ao The Guardian que não é habitual haver “águas abertas na costa norte de Gronelânia” e que essa zona é designada como “a última área de gelo”.
A quebra de gelo tem consequências no clima do planeta, porque quando este derrete, em vez de refletir a luz solar é absorvida pelo mar fazendo com que a água e o ar envolvente aqueçam.