O porta-voz do falecido ex-senador norte-americano John McCain, Rick Davis, leu esta segunda-feira a carta que o político escreveu antes de morrer, vítima de cancro. Na carta McCain homenageou o país, nomeadamente os cidadãos e fez alguns apelos para o futuro.
John McCain começou por dirigir-se ao povo norte-americano deixando claro que “foi um privilégio” servir o país durante 60 anos. “Tentei servir o nosso país honradamente. Cometi erros, mas espero que meu amor pela América pese favoravelmente contra eles ”, refere a carta do falecido.
“Somos cidadãos da maior república do mundo, uma nação de ideais, não de sangue e solo. Somos abençoados e somos uma bênção para a humanidade quando defendemos e promovemos esses ideais em casa e no mundo”, leu o seu porta-voz.
Depois disto, e sem nunca o nome de Donald Trump ser pronunciado, McCain deixou uma crítica fervorosa ao estado politico do país: "Enfraquecemos a nossa grandeza quando confundimos o nosso patriotismo com rivalidades tribais que semearam ressentimento, ódio e violência em todos os cantos do globo. Enfraquecemo-la quando nos escondemos atrás de muros, em vez de derrubá-los, quando duvidamos do poder de nossos ideais, em vez de confiar que eles são a grande força de mudança que sempre foram".
“Desesperem perante as nossas dificuldades atuais, mas acreditem sempre na grandiosidade dos EUA, porque nada é inevitável aqui. Os americanos nunca desistem. Nós nunca nos rendemos. Nós nunca nos escondemos da nossa história. Nós fazemos história”, terminou o ex-senador.
John MacCain morreu este sábado aos 81 anos. Ex-prisioneiro de guerra no Vietname, McCain chegou a concorrer ao cargo de Presidente pelo Partido Republicano em 2008, tendo perdido as eleições contra Barack Obama. Nos últimos anos o senador foi um dos grandes críticos da presidência de Donald Trump.