O pedido do líder da extrema-direita portuguesa, Mário Machado, para ser assistente do processo judicial que envolve os motociclistas Hells Angels foi negado pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Segundo um despacho judicial, a que a agência Lusa teve acesso, Mário Machado e outro homem requereram a admissão como assistentes no processo, mas o pedido foi rejeitado.
Os requerimentos “para constituição como assistente de Mário Rui Valente Machado e Paulo Jorge Matos Rodrigues” e foram indeferidos porque “os mesmos não são ofendidos nos factos que ocorreram no passado dia 24 de março de 2018”, pode ler-se no despacho enviado pelo Tribunal de Instrução Criminal.
No dia 24 de março, cerca de 20 motards dos grupos de Hells Angels invadiram um restaurante para atacar o grupo Red&Gold, do qual Mário Machado faz parte, envolveram em confrontos no Prior Velho, concelho de Loures. Dos confrontos resultara seis feridos, três deles ficaram em estado grave.
Um dos membros do grupo de Mário Machado que também requereu a admissão como assistente do processo foi admitido por ter “legitimidade”, uma vez que foi uma das pessoas agredidas.
As agressões no Prior Velho motivaram uma investigação da Polícia Judiciária a nível nacional que acabou por deter 58 elementos do grupo Hells Angels – Portugal por associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga. 39 dos arguidos ficaram em prisão preventiva, embora três passassem a prisão domiciliária com vigilância eletrónica.