O dia mais histórico para o ténis japonês acabou por ficar ensombrado por um duelo entre Serena Williams… e um português: Carlos Ramos, o português que apitou a final do US Open onde a nipónica Naomi Osaka, de apenas 20 anos, conseguiu o primeiro Grand Slam para o país do sol nascente. Osaka bateu a multi-campeã norte-americana em apenas dois sets (6-2 e 6-4), mas o encontro ficou marcado pelas decisões do juiz luso que enfureceram Serena.
Tudo começou quando Carlos Ramos entendeu por bem aplicar uma penalização à veterana atleta de 36 anos por “coaching”, ou seja, receber indicações do treinador no decorrer do encontro. Serena protestou de forma efusiva – “Eu tenho uma filha e não sou batoteira. Prefiro perder a fazer batota”, disparou numa primeira fase. Mais tarde, partiu uma raquete e recebeu nova advertência e mais um ponto de penalização, voltando a atirar-se ao árbitro português: “Devia pedir-me desculpa. É mentiroso e um ladrão, jamais recebi ‘coaching’ na minha vida.”
A generalidade da imprensa americana é que parece não esquecer o assunto depois de várias associações terem acusado o árbitro português de racismo, chegando mesmo a exigir que Carlos Ramos não voltasse a ser juiz de um jogo de ténis.
A estação televisiva norte-americana CBS chega mesmo a qualificar o gesto do juiz português como o mais “grotesco” exemplo de sexismo no desporto. Já o USA Today fala em “flagrante sexismo custou título a Serena”. Também o Washington Post não poupou nas críticas a Carlos Ramos: "Serena Williams foi culpada por se defender a si própria, nada novo para uma mulher negra”.