Ásia. Jesualdo nas “meias” da Champions, Paulo Sousa é eliminado e arrasa direção

O técnico de 72 anos, tricampeão nacional no FC Porto, apurou o Al-Sadd; já o antigo internacional viu o Tianjin Quanjian cair nos “quartos” e pediu mais investimento na equipa

Por estes dias, o amante de futebol perde-se com o regresso dos jogos europeus: a Liga dos Campeões, rainha de todas as competições de clubes a nível mundial, preenche o imaginário coletivo e domina as atenções mediáticas por todo o universo futebolístico. Há, no entanto, outras Ligas dos Campeões a acontecer nos demais continentes, e a da Ásia tem forte presença lusitana.

Com lugar garantido já nas meias-finais, refira-se. Mérito para Jesualdo Ferreira e o seu Al-Sadd, gigante do Catar orientado pelo treinador português desde dezembro de 2015. Nesta segunda-feira, o 2-2 caseiro frente aos iranianos do Esteghlal confirmou a vitória forasteira por 3-1 na primeira mão dos quartos-de-final e garantiu o apuramento à equipa sediada em Doha.

O resumo do encontro:

Segue-se agora mais um adversário do Irão: o Persepolis. “Jogámos contra eles no ano passado, mas agora é completamente diferente. Temos de estar ao melhor nível num duelo que considero uma final”, destacou Jesualdo Ferreira, de 72 anos, tricampeão nacional em Portugal ao comando do FC Porto (de 2006 a 2009).

A grande figura do Al-Sadd é Xavi, lenda do Barcelona, ao qual se juntou este verão o também espanhol Gabi, ex-capitão do Atlético de Madrid.

Veja aqui uma magistral assistência de Xavi na primeira mão dos quartos-de-final:

Na equipa catari joga ainda Pedro Correia, conhecido no mundo do futebol por Ró-Ró: nascido em Mem Martins e de ascendência cabo-verdiana, o central que dividiu a formação entre Benfica, Estrela da Amadora, Estoril e Farense é peça essencial na defesa do Al-Sadd e, de há dois anos para cá, também na seleção… do Catar – alinha no campeonato daquele país desde 2010.

 

De Macau para fora dos “quartos” Fora da prova está Paulo Sousa. O antigo internacional português pegou nos chineses do Tianjin Quanjian no início da temporada e tinha expetativas elevadas tanto no campeonato como na Liga dos Campeões asiática, mas acabou eliminado nos “quartos” pelo Kashima Antlers, do Japão, depois de duas derrotas: 2-0 fora e 3-0 em “casa”. Na verdade, o encontro caseiro, disputado na tarde de ontem, aconteceu em Macau, dado estar a decorrer um fórum de líderes mundiais em Tianjin – e a China ter uma “aversão” a grandes ajuntamentos em simultâneo…

No fim do encontro, Paulo Sousa mostrou-se resignado com a eliminação, sublinhando o poderio e a experiência da equipa japonesa, mas teceu também algumas críticas à direção do Tianjin Quanjian. “As minhas ambições e expetativas iniciais eram completamente diferentes porque me foi prometido investimento alto na equipa para competir quer na Champions, quer no campeonato. O Guangzhou Evergrande e o Shanghai SIPG (orientado por Vítor Pereira) têm orçamentos acima dos 50 ou 70 milhões. Afinal, não houve investimento nenhum desde o início da época e na pausa ainda perdemos os dois jogadores (Witsel e Modeste) que permitiam levantar o nível da equipa. Isso influenciou tudo o resto, porque com eles seríamos muito mais competitivos. Estou satisfeito pela evolução de alguns jogadores chineses, mas o que me foi vendido inicialmente foi completamente diferente”, salientou o técnico português, admitindo alimentar o desejo de voltar à Europa brevemente (além das passagens por Inglaterra e Hungria, foi campeão em Israel e na Suíça e treinou a Fiorentina na Serie A italiana durante duas épocas): “ Outras oportunidades chegarão na Europa para poder competir ao mais alto nível. Temos essa capacidade, tudo o que fizemos no nosso percurso foi bom.”