Facebook acusado de discriminação por género nos anúncios de emprego

Dez empregadores estão acusados de discriminar as mulheres através da plataforma

O Facebook volta a estar envolvido em polémica, desta ver por ter ajudado os empregadores a discriminar os candidatos com base no género.

Uma queixa apresentada esta terça-feira na agência federal norte-americana, denuncia que os empregadores estão a utilizar o serviço de anúncios de emprego da rede social optando por mostrar os conteúdos exclusivamente aos utilizadores do sexo masculino. Com esta opção, as mulheres que utilizem as redes sociais não têm acesso à candidatura, o que é ilegal segundo as leis estatais dos Estados Unidos.

Para além da questão do género, nove dos dez empregadores que estão incluídos na queixa apresentada por Bobbi Spees – uma norte-americana de 35 anos – colocam também na preferência trabalhadores mais jovens.

“Não devia ser afastada da oportunidade de descobrir uma oportunidade de trabalho só porque sou uma mulher”, disse a denunciante à ACLU.

A empresa de Mark Zuckerberg já reagiu à acusação garantindo que “não há lugar para discriminação no Facebook” e que a queixa vai ser revista “atentamente”.

A situação foi encontrada quando um grupo de advogados responsáveis pelo caso supervisionava um grupo encarregue de procurar empregos no Facebook entre outubro de 2017 e agosto deste ano. As conclusões indicam que para cada posto de trabalho em que carregavam, a rede social apresentava o motivo do utilizador receber o anúncio. Entre as justificações estava o género, a idade e a região onde viviam.

“Não podemos deixar que a discriminação com base no género das pessoas ganhe novo fôlego online”, disse Galen Sherwin, advogada responsável pelo projeto Direitos da Mulher da ACLU em comunicado acrescentando que “a segregação de postos de trabalho com base no género tem sido usada ao longo dos tempos para impedir mulheres de chegar a trabalhos bem pagos e a boas oportunidades económicas”.