Operação Húbris. Interrogatórios começaram hoje

Medidas de coação para os oito arguidos da operação Húbris deverão ser conhecidas nos próximos dias

O diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), o coronel Luís Vieira, esteve ontem no Campus da Justiça em Lisboa, a prestar declarações no âmbito do processo Operação Húbris – que investiga o aparecimento do material roubado em Tancos.

Os oito detidos no caso – sete militares e um civil – também foram identificados ontem, pelo juiz de instrução João Bártolo – responsável por, depois de ouvir os arguidos, decidir quais serão as medidas de coação a aplicar. 

Até ao fecho desta edição ainda não se sabia quando é que as medidas de coação seriam divulgadas, sabendo-se apenas que os interrogatórios vão continuar.

O coronel Luís Vieira pediu entretanto proteção jurídica ao chefe do Estado-Maior do Exército. O seu pedido ainda está a ser analisado.

Marcelo Rebelo de Sousa também se pronunciou sobre o caso. Ontem, o Presidente da República disse que tem estado a acompanhar “com todo o interesse” a investigação.

O chefe de Estado voltou a lembrar que no “último ano e alguns meses” sempre insistiu “pelo apuramento do que se passou em Tancos”. “Sempre disse que uma investigação criminal era fundamental”, sublinhou o governante.

O roubo de material militar em Tancos foi divulgado no final de junho de 2017. 

No entanto, o material só foi recuperado quatro meses depois de ter desaparecido. Foi encontrado a 18 de outubro pela PJM, na zona da Chamusca.

Apesar de o material ter sido encontrado, as autoridades continuaram a investigar as causas do roubo e a forma como o material tinha sido encontrado.  

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal e a PJ acreditam que a PJM queria abafar a investigação sobre o roubo, tentando assim desviar as atenções dos assaltantes, conseguindo uma maneira para negociar a entrega do material com os criminosos.

Na altura em que o material foi encontrado, a PJM recebeu uma chamada anónima a dar conta de onde se encontrava o material roubado. Agora, as autoridades acreditam que essa chamada terá sido forjada pela PJM, para assim ganhar os louros pela descoberta e não entregar o responsável pelo roubo.