O triângulo amoroso que acabou em homicídio

Rosa Grilo e António Joaquim são suspeitos de terem morto a tiro  Luís Grilo. PJ acredita que se trata de um crime passional.

A «relação próxima» entre Rosa Grilo e António Joaquim esteve na base da morte de Luís Grilo. A Polícia Judiciária (PJ) confirmou na quinta-feira que a sua investigação concluiu que se tratou de um homicídio premeditado e  que terá como motivo «questões financeiras e emocionais».

As autoridades trocaram as voltas aos supeitos ao omitirem-lhes o resultado da autópsia – que revelava que Luís Grilo tinha sido baleado na nuca.

O relatório da autópsia revelou que o triatleta foi atingido por um disparo de uma arma de fogo, tendo a bala ficado alojada na cabeça. A arma do crime, uma pistola de 75 mm, está registada em nome António Joaquim, oficial de Justiça de profissão.

Não se desfez da arma para evitar mais suspeitas

Fonte contactada pelo SOL disse que o facto de o suspeito não se ter desfeito da arma pode ser um indício de premeditação. Segundo a mesma fonte explicou, António Joaquim saberia que quando a PJ descobrisse que ele e Rosa Grilo mantinham contacto, iriam perguntar-lhe pela arma. Se este se tivesse desfeito dela, as suspeitas seriam mais do que óbvias, reforçando a convicção de os suspeitos terem agido com premeditação.

O jornal i avançou que o triatleta residente em Vila Franca de Xira foi morto em casa, na noite antes de 16 de julho, dia em que Rosa alertou as autoridades para o desaparecimento do marido. Segundo testemunhos de várias pessoas, dados à PJ, Luís Grilo ainda foi visto no domingo à tarde, tendo, inclusivé, estado com o filho. 

O crime terá ocorrido no domingo à noite. Antes do amanhecer, Rosa e António, que mantêm uma relação amorosa há vários anos, terão transportado o corpo de Luís – nu, com um saco de plástico na cabeça e com marcas de violência – para um local a cerca de 140 quilómetros de casa. O cadáver foi encontrado 39 dias depois de ter sido dado como desaparecido, numa zona isolada.

Rosa Grilo acabou por ser detida na passada quarta-feira. O que levou à sua detenção foi o facto de a PJ ter encontrado vestígios do seu ADN no saco que foi usado para tapar a cabeça do atleta, noticiou ontem o Correio da Manhã. As autoridades também analisaram a casa do casal e descobriram vestígios de sangue no quarto. Segundo o mesmo jornal, o crime terá acontecido enquanto Luís Grilo estava a dormir. O amante de Rosa Grilo terá tapado a cara do triatleta com uma almofada e disparado a arma.

Seguro de vida mudado

Outro indício que levou as autoridades a suspeitarem da mulher da vítima foi o facto de esta ter alterado o seguro de vida do marido dias antes de Luís Grilo ter sido morto.

Segundo o Jornal de Notícias, as alterações determinavam que com a morte do triatleta a casa onde o casal vivia ficaria paga e  Rosa Grilo receberia uma parcela do seguro, que serviria para ela e António Joaquim assumirem a sua relação e passarem a ter uma vida mais estável a nível financeiro.

Os dois suspeitos foram ontem presentes ao juiz para primeiro interrogatório, no Tribunal de Vila Franca, para lhes serem aplicadas as devidas medidas de coação. Vão continuar a ser ouvidos hoje.

As entrevistas da viúva

Ao longo da investigação, a viúva do triatleta deu várias entrevistas, negando sempre qualquer envolvimento no caso: «Não tenho nada a ver com isso. O Luís faz-me muita falta, faz parte da minha vida desde sempre (…) Honestamente, não acredito que alguém lhe tenha feito mal propositadamente ou que tenha sido uma coisa premeditada e não acredito que queiram incriminar-me», disse à TVI.

A mulher de Luís Grilo não teve medo das câmaras de televisão e falou várias vezes com jornalistas. 

Tal como Diana Fialho, suspeita de no início de setembro ter matado a mãe adotiva, Amélia Fialho, e de ter pegado fogo ao cadáver na zona de Pegões, no Montijo,  Rosa Grilo mostrou-se sempre muito à vontade a falar sobre o desaparecimento do marido.