A Federação Portuguesa de Ténis anunciou esta semana, na Câmara Municipal de Lisboa, que a capital portuguesa receberá a Assembleia Geral (AG) da Federação Internacional de Ténis (ITF), de 24 e 27 de setembro de 2019.
Estranhei o pouco relevo dado pelos media nacionais à notícia, preferindo quase todos salientar outras novidades avançadas na ocasião, tais como a Taça Davis deste ano e a realização, também em Portugal, do Campeonato do Mundo de Veteranos nos escalões de +50, +55 e +60, de 4 a 17 de agosto de 2019, no Club Internacional de Foot-Ball (CIF) e no Jamor.
Imagino o que seria se a Federação Portuguesa de Futebol anunciasse que Lisboa iria receber a AG da FIFA.
A ITF tem 210 países afiliados, apenas menos um do que a FIFA. Mais do que os 193 estados membros das Nações Unidas.
E apesar das guerras institucionais em que está envolvida com o ATP World Tour e alguns membros do Comité do Grand Slam, é ainda a entidade mais representativa da modalidade.
Portugal já tinha sido palco de uma AG da Tennis Europe (Associação Europeia de Ténis) mas da ITF será a primeira vez, justificando-se, por isso, as presenças na cerimónia de João Duarte Cordeiro (vice-presidente da CML, com os pelouros de Economia, Inovação, Serviços Urbanos e Desporto), Filipe Pais (chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Juventude e Desporto) e Vicky Fecci (ITF Annual General Meeting Organizer e assessora do presidente da ITF). João Paulo Rebelo, o secretário de Estado da Juventude e Desporto tinha previsto discursar no evento, mas ausentou-se, alegando os motivos de saúde.
A vinda de largas centenas de convidados a Lisboa (a sala de reuniões deve ter um mínimo de 600 lugares!) para discutirem o futuro do ténis já seria um evento único, mas esta cimeira será ainda mais importante pelo seu cariz eleitoral. Irá votar-se o novo Conselho de Administração da ITF, incluindo o presidente, sendo que o atual titular, o norte-americano David Haggerty vai recandidatar-se e, até ao momento, sem concorrência.
David Haggerty vai entrar para a história como um dos mais revolucionários presidentes da ITF e as suas modificações são tão radicais que podem levar o ténis a novos patamares de popularidade ou provocar uma profunda crise.
Vasco Costa, o presidente da FPT, é o grande vencedor desta vinda da Assembleia Geral da ITF para Portugal. A FPT tem sido uma apoiante das medidas controversas do presidente da ITF. Doravante, o sucesso internacional de Vasco Costa estará diretamente relacionado ao futuro de David Haggerty.